quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

10 mitos econômicos

[Escrito por rothbard, disponível no mises brazeel. O melhor deles, em minha opinião é o que segue]


"Importação de países onde a mão-de-obra é barata provoca desemprego nos Estados Unidos.
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             Fábrica da Nike no Vietnã           

Um dos vários problemas com essa doutrina é que ela ignora a seguinte questão: por que os salários são baixos em um país estrangeiro, e altos nos Estados Unidos? Começa-se imaginando que esses salários já são determinados, e não se ataca a questão de por que eles são o que eles são. Basicamente, eles são altos nos EUA porque a produtividade do trabalho é alta — porque nos EUA os trabalhadores são ajudados por grandes quantidades de equipamentos tecnologicamente avançados. Os salários são baixos em muitos países estrangeiros porque os equipamentos são pequenos e tecnologicamente primitivos. Sem a ajuda de bens de capital avançados, a produtividade do trabalhador é bem menor do que nos EUA. Os salários em cada país são determinados pela produtividade dos trabalhadores naquele país. Assim, altos salários nos EUA não são uma ameaça fixa à prosperidade americana; eles são o resultado dessa prosperidade.
Mas o que dizer de certas indústrias nos EUA que reclamam barulhenta e cronicamente sobre a "injusta" competição de produtos de países com mão-de-obra barata? Aqui, devemos ter em mente que os salários em cada país são interconectados entre uma indústria — sua ocupação e região — e outra. Todos os trabalhadores competem entre si, e se os salários na indústria A são bem menores que em outras indústrias, os trabalhadores — liderados por jovens trabalhadores começando suas carreiras — iriam sair da indústria A, ou se recusar a ir pra ela, e se dirigir para outras empresas ou indústrias onde o salário é maior.
Dessa forma, os salários nessas indústrias que estão reclamando estão altos devido à competição de todas as outras indústrias nos EUA. Se as indústrias siderúrgicas ou têxteis nos EUA acham difícil competir com suas concorrentes estrangeiras, não é porque as indústrias estrangeiras estão pagando baixos salários, mas porque outras indústrias americanas forçaram para cima os salários americanos a um nível tão alto que as siderúrgicas e as têxteis não estão conseguindo pagar. Em resumo, o que realmente está acontecendo é que siderúrgicas, têxteis e outras firmas do tipo estão usando mão-de-obra ineficientemente em comparação às outras indústrias americanas. Tarifas ou cotas de importação para manter empresas ineficientes ou indústrias em operação são ruins para todo mundo — em cada país — que não está naquela indústria. Elas prejudicam todos os consumidores do país, pois mantêm os preços altos, a qualidade e a concorrência baixas, e distorcem a produção. Uma tarifa ou uma cota de importação é o equivalente a fatiar uma estrada de ferro ou destruir uma companhia aérea, já que a idéia é fazer com que o transporte internacional seja artificialmente caro.
Tarifas e cotas de importação também prejudicam outras indústrias eficientes, pois restringem recursos que de outra forma iriam para usos mais eficientes. E, no longo prazo, tarifas e cotas, como qualquer tipo de privilégio monopolista garantido pelo governo, não garantem lucros nem para as empresas que estão sendo protegidas e subsidiadas, pois, como já vimos nos casos das estradas de ferro e das companhias aéreas, indústrias que gozam de monopólios garantidos pelo governo (sejam através de tarifas ou regulamentações) acabam se tornando tão ineficiente que elas perdem dinheiro de qualquer jeito, e acabam limitadas a ficar somente clamando por mais e mais ajuda do governo, por uma proteção privilegiada, perpétua e sempre em expansão contra a livre concorrência."

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