quinta-feira, 15 de maio de 2014

Carta Aberta aos Estudantes da UFAL

 O Grupo “Não Quebre a Janela” vem a público afirmar sua opinião favorável a presença da PM no Campus como medida emergencial. Acreditamos que é uma medida de bom senso no curto prazo diante da situação emergencial por qual passa a nossa universidade no presente momento. Vários casos de assaltos, estupros, assassinatos e apreensão de drogas dentro do Campus atormentam a vida dos estudantes e funcionários da UFAL.

Acreditamos que a UFAL deve permanecer aberta para toda a sociedade, visto que em sua estrutura ocorrem diversos projetos de encontro entre a universidade e a sociedade. Mas, para que isso ocorra precisamos cuidar da segurança daqueles que usam e precisam da Universidade, ou seja, questões que levam tempo,dependem de planejamento e visão de longo prazo, precisamos de um projeto mais amplo de urbanização em parceria com a Prefeitura para que todo o Bairro Cidade Universitária seja beneficiada. Iluminação, rua asfaltada e postos comunitários da polícia.

Por mais que a PM represente uma época terrível da história brasileira, não podemos ignorar os efeitos dos problemas reais e os problemas palpáveis que precisam de soluções à curto prazo. Atendido os problemas imediatos, poderemos discutir e planejar as soluções de longo prazo com todos os estudantes, funcionários e especialistas da área.

Entendemos a revolta dos estudantes diante da opinião de meia dúzia de alunos, pertencentes ao DCE, esse, totalmente desconexo com a realidade dos estudantes que realmente estudam. Queremos uma UFAL segura, aberta e inteligente. Sem apelos partidários/idológicos e sim pragmática. 

Grupo Não Quebre a Janela
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domingo, 11 de maio de 2014

Libertarianismo e Guerra: A diferença entre o mercado e o estado em relação aos conflitos globais.




Nas discussões entre liberais e conservadores, é comum, em relação ao segundo grupo, indagações a respeito das posições de uma sociedade libertária em meio a guerra. “E se empresas se juntarem e decidirem criar seus próprios feudos dominando as propriedades alheias através de exército privado”? “E se um estado não libertário decide 'dominar' uma sociedade libertária”? “E se os donos das agências de segurança privadas mais fortes e ricas decidem que querem tomar uma parte de outras empresas”? Esses são argumentos pertinentes em relação à problemas práticos que podemos encontrar dentro do libertarianismo, e é sempre importante que, além da teoria, sejam discutidos os contextos práticos de cada possível realidade. Em relação aos questionamentos, algumas coisas precisam ser definidas. Sim, essas são situações plausíveis dentro desse contexto, quais respostas daríamos a elas?

Primeiro, é importante salientar que esses exemplos dados podem ser utilizados em qualquer contexto geopolítico. E se os 3 estados democráticos mais ricos e bem armados decidissem conquistar um território? Soa familiar, não? Esse tipo de fato é inevitável, e já aconteceu diversas vezes na história da humanidade. A possibilidade de uma guerra nunca deixará de existir em qualquer que seja a organização social no mundo, mas, uma das diferenças básicas entre as duas possíveis realidades é que podemos argumentar que numa sociedade libertária, será muito menor a possibilidade de que uma aconteça, e que dure. É importante destacar que a renda das agências de segurança privadas(ideia de empresa defendida pela maioria dos libertários como alternativa ao modelo estatal de polícia) seria conquistada através de sua eficiência. Qualquer ato duvidoso já representa uma perda de lucro, pois toda a riqueza dela está à mercê dos desejos dos consumidores, enquanto num estado a riqueza vem através da coerção, através da expropriação indevida. Para que uma agência de segurança cresça, ela, pelo menos inicialmente, deve apresentar um serviço justo e eficaz, pois é assim que se dá o crescimento das empresas num contexto de puro livre mercado. Todo o seu crescimento estará à mercê do desejo dos consumidores, e então eles teriam duas opções, moldar-se à esses desejos ou falirem. Guerras não seriam lucrativas para agências de segurança, considerando que, dentro da sociedade, não há uma demanda por guerra da parte dos consumidores em geral, mas há quem acredite que para os estados essas possam ser sim lucrativas.

Notamos que hoje em dia, no nosso contexto mundial de estados nacionais, as guerras vêm sempre de desejos e ações dos estados, defendendo interesses próprios, que nunca refletem realmente os desejos do seu povo(ideia sempre levantada pelo senador republicano libertário Ron Paul, em questionamentos a respeito dos motivos que levam o estado americano a entrar em guerras com frequência). Como defendido pelo ilustríssimo professor Ubiratan Jorge Iorio, falando sobre a ideia de política externa que o senador libertário americano defende: "No plano da política externa, por exemplo, seus detratores o acusam de pacifismo, de um pacifismo que seria descabido diante das ameaças terroristas que apavoram o ocidente. A resposta é simples: há quantos anos os Estados Unidos vêm se metendo em guerras e mais guerras, que nada mais têm feito do que aumentar o ódio contra o país e fomentar as ações de extremistas terroristas? Quantas famílias americanas choram seus filhos mortos em combates em países remotos, a troco de nada, a não ser popularidade para políticos oportunistas? É uma questão essencialmente prática e ética, pois o povo americano está farto de guerras imorais lançadas deliberadamente sob falsos pretextos".

Além disso tudo, imaginemos a influência das outras indústrias nesse cenário geopolítico. A partir da guerra, podemos supor que apenas um reduzido número de indústrias poderia lucrar com ela, como, por exemplo, a indústria do armamento. Porém, o desejo desta não sobrepõe as demandas de todo mercado. Guerras dão prejuízos. Pessoas não comem sanduíches da mcdonalds em guerras, não bebem coca-cola, não compram roupas, nem consomem muito, no geral, num período de guerra. Seria comum um esforço coletivo para evitá-las, afinal, o mercado, quase que por completo, não tem benefícios a partir dela. Um exemplo claro disso é o que ocorre atualmente no conflito Israel-Palestina. Na contramão dos atos estatais, os empresários locais desejam justamente a paz, visando uma harmonia que permita que o mercado se desenvolva com mais liberdade e que haja mais lucro. (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/02/140217_campanha_empresarios_israelenses_gf_lgb.shtml)

Grupo, denominado BTI ('Rompendo o Impasse'), distribuiu cartazes por cidades



Exemplos como esse mostram a diferença da abordagem do estado e do mercado numa situação de guerra. O mercado sempre busca maneiras eficientes, que, com certeza, seriam muito mais eficientes do que as existentes hoje em dia nos estados “democráticos”. Guerras dão prejuízo para quase todo mundo. Dentro de um mundo em que o bom e livre funcionamento do mercado é condição primária para o crescimento e felicidade de todos, é praticamente impossível acreditar que o desejo de guerra da indústria de armamentos consiga se sobrepor a tudo isso. Os boicotes viriam de todos os lados e de todas as indústrias que não quisessem ser prejudicadas. Infelizmente, num contexto de sociedades com estados nacionais, esse tipo de coisa se torna muito mais difícil.

Dentro de nossa suposta sociedade anarcocapitalista, é nesse momento que devemos esquecer um pouco o lado “anarco” e focar na parte “capitalista”. Acreditamos que o melhor para a humanidade seja a economia de mercado. Citando Mises: “O sistema em que a cooperação dos indivíduos na divisão social do trabalho se dá pelo mercado”. Algo que acredito que libertários e conservadores ao menos concordem que seja mais eficiente. Não nego que todos esses problemas citados anteriormente possam existir, e eles existiriam, como antes, em qualquer contexto. Só discordaríamos a respeito de sua solução e a respeito de qual arranjo social seria mais eficiente em evitá-los e impedí-los. Conservadores falam de defesa de propriedade através do estado e nós de seguro e proteção privada através de agências de segurança. Eles acreditam que, para evitar esse tipo de coisa, um estado nacional é necessário, nós acreditamos que tudo isso pode ser melhor evitado pelo arranjo do mercado, que sempre focaria na eficiência e acharia soluções mais criativas e mutuamente benéficas em qualquer caso. O mercado inova, cria, aperfeiçoa tudo que existe nas relações entre os seres humanos, exemplos disso não faltam todos os dias. Os problemas sempre existirão, porém, o mercado apresenta soluções mais eficientes e pacíficas, pois, ele atende às demandas com mais eficácia. Num arranjo social que se dá somente pela economia de mercado, sabemos que tudo nem sempre poderá ser perfeito, mas com certeza as soluções serão mais auspiciosas aos indivíduos em geral do que num sistema estatal. Isso tudo somente no contexto utilitarista e pragmático da discussão, não seria necessário no momento nem mesmo entrar no contexto moral em relação a existência ou não de um estado interventor.

É até absurdo dizer, numa discussão, que hoje eu poderia "propor respostas de um sistema de mercado", até porque isso está além da minha capacidade, só posso especular, já que o mercado criaria soluções, na maioria das vezes, além das que eu e você poderíamos imaginar. Mas mesmo assim, só no campo hipotético, as nossas cabeças simples e individuais poderiam pensar em soluções melhores do que as do estado. É estranho como alguns conservadores, indivíduos que de alguma maneira, mesmo reduzida, acreditam na eficiência do mercado, consigam aplicar essa ideia somente em alguns poucos setores da sociedade. Imagine só o mercado correndo livremente. Acho que nos surpreenderíamos bastante com os rumos que nossa sociedade poderia tomar, como já é costume ao vermos as inovações e aperfeiçoamentos criados por indivíduos livres no dia a dia. Não seria tolice imaginar, em alguns anos milhares de pequenas Liechsteins e Hong Kongs melhoradas espalhadas por aí. Não há limites para o que a livre iniciativa pode desenvolver a partir da genialidade do ser humano. 

Utilização dos drones pelo setor privado: entregas em cinco minutos num raio de 1 quilômetro da padaria pela padaria Pão To Go.



Utilização dos Drones pelo estado: O senador republicano Lindsey Graham disse que até 2013, 4700 pessoas morreram na sequência de ataques dos Estados Unidos com aviões não tripulados, na primeira referência de um legislador norte-americano ao número de vítimas de operações com drones.


Referências:

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1207

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3066279

http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/conheca-a-padaria-que-vai-usar-drone-para-entregar-paezinhos

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Uma resposta a Othoniel Pinheiro e a "farsa" do neoliberalismo

Resposta ao artigo de Othoniel Pinheiro Neto em Repórter Alagoas.

Primeiro é preciso pontuar que o autor inicia seu texto atacando um espantalho: O que é neoliberalismo? Quem são seus defensores? Quem são seus teóricos? Na verdade, essa expressão é usada para associar o nome do liberalismo às atuais políticas econômicas intervencionistas ao redor do mundo. Como bem disse o filósofo: "Achar que o neoliberalismo é um tipo de liberalismo. É achar que o Mico Leão Dourado é um tipo de leão."

Essa falsa associação já é conhecida pelos liberais, é uma forma de confundir a opinião pública, associando os fracassos da intervenção estatal ao liberalismo (ou neoliberalismo) sendo que não se encontra autores liberais que defendam o intrometimento do estado na economia dessa forma.

Cabe agora, antes de mais nada, fazer uma definição dos termos: o que é intervencionismo e o que é liberalismo? Ludwig von Mises em Intervencionismo, uma análise econômica diz que:  "[...]um sistema em que, embora seja mantida a propriedade privada dos meios de produção, o governo possa intervir, através de ordens e proibições, no exercício do direito de propriedade (...)é denominado intervencionismo." O célebre economista diz que os intervencionistas defendem aquelas medidas cujas consequências nem eles mesmos aprovariam, e toma para si a tarefa de explicá-las. O que me faz lembrar aqui um conselho de outro grande Murray Rothbard: "Não é nenhum crime ser ignorante em economia, a qual, afinal, é uma disciplina específica e considerada pela maioria das pessoas uma 'ciência lúgubre'.  Porém, é algo totalmente irresponsável vociferar opiniões estridentes sobre assuntos econômicos quando se está nesse estado de ignorância."

Essa confusão intelectual prejudica toda a sua argumentação. É preciso entender que o liberalismo significa a restrição do estado ao estado mínimo, um estado vigia-noturmo (como ficou conhecido), o que os liberais pregam é o respeito à propriedade privada, as liberdades civis e econômicas, e daí por diante. Apesar de afirmar no texto que não é preciso ser comunista para enxergar a fragilidade do neoliberalismo, assume uma postura crítica marxista quando afirma que o sistema de livre mercado, também chamado de sistema de livre concorrência é favorecedor das grandes empresas. Quando na verdade, é a atuação do governo, e não a sua ausência a causa do surgimento de monopólios e das grandes corporações. Os marxistas afirmavam que onde houvesse livre mercado surgiria a concentração de poder econômico, porém como afirma Hayek em "O caminho da servidão":
"Se observarmos a regularidade e a frequência com que os aspirantes ao monopólio obtêm o auxílio do estado para tornar efetivo o seu controle, convencer-nos-emos de que o monopólio não é em absoluto inevitável.
 Esta conclusão é grandemente corroborada pela ordem histórica em que o declínio da concorrência e o surto do monopólio se manifestaram nos diferentes países. Se decorressem dos avanços tecnológicos ou fossem produto necessário da evolução do "capitalismo", teriam de surgir em primeiro lugar nos países cujo sistema econômico é mais avançado. Na realidade, apareceram pela primeira vez no último quarto do século XIX, em países relativamente jovens do ponto de vista da industrialização: os Estados Unidos e a Alemanha. Em especial neste último país, que veio a ser considerado modelo da evolução lógica do capitalismo, o surgimento de cartéis e sindicatos tem sido deliberadamente promovido desde 1878 pela política governamental. Não só o protecionismo mas também estímulos diretos, e por fim a coação, foram empregados pelos governos para favorecer a criação de monopólios, visando ao controle de preços e vendas. Foi lá que, com a ajuda do estado, a primeira grande experiência de "planejamento científico" e "organização consciente da indústria" fez surgir monopólios gigantes, apresentados como consequências inevitáveis cinquenta anos antes que a mesma política fosse adotada na Inglaterra."

O autor ainda coloca na conta do governo capitalista: a ditadura militar, o imperialismo americano e a sua expansão bélica. Isto é, coisas que os liberais condenam. O livre comércio é per se incompatível com o imperialismo e a guerra, foi Bastiat quem disse: "Nas fronteiras onde não passarem mercadorias passarão soldados",  concluindo que o comércio é, na verdade, uma alternativa à guerra. Não dá para tomar como parâmetro de um governo liberal, os Estados Unidos. Os Estados Unidos, hoje, são a mais clara representação do neoconservadorismo: políticas imperialistas, expansão bélica, pró-guerra. E isto nenhum liberal defende. A mais pura face do intervencionismo a nível internacional.

Outra irresponsabilidade, é atacar o liberalismo sob o espantalho de que o livre mercado foi quem causou a crise de 2008. É um mito que é derrubado aqui.

 "Destaque-se também que a onda neoliberal que avassalou o mundo após 1970, elevou a desigualdade social dentro dos próprios Estados Unidos, pois, segundo o Relatório sobre Comércio e Desenvolvimento da UNCTAD, nas últimas décadas do século XX, o cociente que mede o grau de desigualdade socioeconômica aumentou em 16% entre os americanos." A propósito não foi a onda liberal que prejudicou os Estados Unidos, leve-se em conta que os gastos do governo só aumentaram após esta data. Conforme o gráfico abaixo:




O que Othoniel critica não é a filosofia política liberal, não são os valores de uma economia de mercado, mas um espantalho do que acredita ser um governo liberal. As críticas são à atuação estatal dos governos ditos capitalistas, críticas que qualquer liberal assinaria embaixo. O que falta ao texto é estabelecer uma relação de causa e efeito mais coerente.



É dito no texto que a liberdade de mercado favorece às grandes empresas, porém o que na verdade são as atuações governamentais que estabelecem barreiras de entrada ao mercado à pequenos e médios, favorecendo assim as grandes corporações. O governo mais atrapalha que ajuda. Mas, qual é a alternativa? O estado de bem estar-social?

A desigualdade existe, sim. Mas esse não é o problema.  O maior ensinamento que pode ser passado às crianças é o seguinte: "Você só deve olhar ao prato do seu vizinho para saber se ele tem o suficiente, nunca para verificar se ele tem mais ou menos do que você." A grande verdade é que nunca alguém morreu de desigualdade, as pessoas morrem de fome. É preciso combater a miséria, pois esta sim, mata. É famoso o último discurso de Margareth Thatcher no parlamento. Mas o governo, não é nem de longe uma instituição filantrópica preocupada com os pobres, é da essência da natureza humana o interesse próprio, por acaso, os políticos são seres extraterrestres que perdem essa característica ao assumirem o poder?

O livre mercado é o verdadeiro eliminador de pobreza. Como salienta Ludwig von Mises em As seis lições:
"E todo o tão falado e indescritível horror do capitalismo primitivo pode ser refutado por uma única estatística: precisamente nesses anos de expansão do capitalismo na Inglaterra, no chamado período da Revolução Industrial inglesa, entre 1760 e 1830, a população do país dobrou, o que significa que centenas de milhares de crianças - que em outros tempos teriam morrido - sobreviveram e cresceram, tornando-se homens e mulheres.
 Não há dúvida de que as condições gerais de vida em épocas anteriores eram muito insatisfatórias.  Foi o comércio capitalista que as melhorou.  Foram justamente aquelas primeiras fábricas que passaram a suprir, direta ou indiretamente, as necessidades de seus trabalhadores, através da exportação de manufaturados e da importação de alimentos e matérias-primas de outros países."
Prossegue:
"Hoje, nos países capitalistas, há relativamente pouca diferença entre a vida básica das chamadas classes mais altas e a das mais baixas: ambas têm alimento, roupas e abrigo.  Mas no século XVIII, e nos que o precederam, o que distinguia o homem da classe média do da classe baixa era o fato de o primeiro ter sapatos, e o segundo, não.  Hoje, nos Estados Unidos, a diferença entre um rico e um pobre reduz-se muitas vezes à diferença entre um Cadillac e um Chevrolet.  O Chevrolet pode ser de segunda mão, mas presta a seu dono basicamente os mesmos serviços que o Cadillac poderia prestar, uma vez que também está apto a se deslocar de um local a outro.  Mais de 50% da população dos Estados Unidos vivem em casas e apartamentos próprios." 
Na verdade, o governo longe de ser a solução é antes de tudo um problema. O modelo de bem-estar social é extremamente falho, e cria uma democracia insustentável "onde todos querem viver às custas de todos". Melhor do que se basear em opiniões, apresento três textos com dados que comprovam o que digo:

1 -O estado de bem-estar social deixa os miseráveis ainad mais pobres, famintos e desesperado /

2 - Quando Estado de Bem-Estar Social subsidia mais a classe média e os ricos do que os mais pobres - http://mercadopopular.org/2013/12/quando-estado-de-bem-estar-social-subsidia-mais-a-classe-media-e-os-ricos-do-que-os-mais-pobres/

3- Um terço da desigualdade de renda vem da ação do governo - http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1038/noticias/e-o-estado-piora-esta-diferenca?page=2

Como o economista Thomas Sowell sugere: "Você pode imaginar um sistema político tão radical que torne mais de 20% dos mais pobres da população nos 20% mais ricos, ao invés de mantê-los no programa de ajuda aos pobres em uma década? Você não precisa imaginar. Chama-se Estados Unidos da América." 

É ressaltado no texto que a "valorização do dinheiro acima da pessoa humana já é coisa profundamente enraizada na cultura dos norte-americanos." Gostaria então de levantar aqui um questionamento inserido no livro a revolta de atlas, de Ayn Rand, em um diálogo:
  — Então o senhor acha que o dinheiro é a origem de todo o mal? O senhor já se perguntou qual é a origem do dinheiro? O dinheiro é um instrumento de troca, que só pode existir quando há bens produzidos e homens capazes de produzi-los. O dinheiro é a forma material do princípio de que os homens que querem negociar uns com os outros precisam trocar um valor por outro. O dinheiro não é o instrumento dos pidões, que pedem produtos por meio de lágrimas, nem dos saqueadores, que os levam à força. O dinheiro só se torna possível através dos homens que produzem. O homem honesto é aquele que sabe que não pode consumir mais do que produz. Comerciar por meio do dinheiro é o código dos homens de boa vontade. O dinheiro baseia-se no axioma de que todo homem é proprietário de sua mente e de seu trabalho. O dinheiro não permite que nenhum poder prescreva o valor do seu trabalho, senão a escolha voluntária do homem que está disposto a trocar com você o trabalho dele. O dinheiro permite que você obtenha em troca dos seus produtos e do seu trabalho aquilo que esses produtos e esse trabalho valem para os homens que os adquirem, e nada mais que isso. O dinheiro só permite os negócios em que há benefício mútuo segundo o juízo das partes voluntárias. 
Fala-se ainda em "enfraquecimento dos direitos humanos frente ao sistema capitalista", o autor agora parece desconhecer que o surgimento dos direitos humanos se dá na Inglaterra, a pátria mãe do liberalismo
e que a única forma de garantir as liberdades civis é garantindo a liberdade econômica. Quem vai falar mal do governo, quando ele é o detentor dos meios de comunicação? 

Uma economia de mercado, na prática, é uma democracia onde cada real vale um voto. Numa economia de mercado, o consumidor é o soberano, é ele quem determina o que deve ser produzido, os recursos são alocados de acordo com a demanda. Se você não gosta do modo como as coisas vão indo numa economia de mercado culpe a preferência das pessoas, pois não é porque existem destilarias que as pessoas bebem uísque, é porque as pessoas bebem uísque que existem destilarias. Eu prefiro viver sob as forças impessoais do livre mercado, do que sob as forças políticas dos burocratas governamentais. 

Não há atualmente nenhum país que vive numa economia de mercado plena, no entanto o grau de intervenção econômica difere muito dentre os países, e é possível (como já foi feito) auferir o nível de liberdade econômica entre eles, segundo o Index of economic freedom da Heritage Foundation, e a conclusão é inevitável liberdade econômica é acompanhada de qualidade de vida, e se faltavam dados técnicos agora não faltam mais.

Por fim, encerro com Mises: "a história só ensina àqueles que sabem interpretá-las com base em teorias corretas."

*Se, por acaso, esse texto chegar ao Defensor Público Othoniel gostaria de convidá-lo a conhecer o movimento liberal brasileiro.

**Agradecimento à Santiago Tche pelas contribuições na confecção deste artigo.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

CICLOS LIBERTÁRIOS





O evento que já impactou Salvador agora parte para Maceió. Contará com a presença de Rodrigo Marinho, Presidente do ILIN, advogado empresarial e professor universitário; Pedro Cabral, advogado, professor universitário e Diretor Financeiro do ILIN; Raduán Melo, consultor de empresas e Diretor Institucional do ILIN; Eduardo Lyra Jr, advogado e professor da Instituição que receberá o evento discutirão sobre o tema: "Do Estado Social ao Estado Liberal". Tema amplamente discutido na Semana da Liberdade de 2013 que tem ainda mais pano para manga para discussão em um ano de eleições.

Inscrições: http://www.eventick.com.br/cicloslib

Você que estará em Maceió no dia 14 de Fevereiro ás 19 horas não pode perderá perder uma oportunidade como essa.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

QUER SABER A DIFERENÇA ENTRE INVASÃO E ROLEZINHO? NÃO PERGUNTE AO "PIG"

[POR JANER CRISTALDO]

OS "JOVENS" E OS “EVENTOS” 


Leio na Folha de São Paulo de hoje:

ASSOCIAÇÃO DE LOJISTAS RELATA PREJUÍZOS E MEDO DE CONSUMIDORES COMEVENTOS

Alshop quer que o governo se reúna com líderes e negocie o fim dos eventos, que já ocorrem Em todo o país. Como os eventos deixaram as fronteiras de São Paulo, a associação teme o Aumento dos prejuízos. Os centros de compras têm optado por fechar as portas para impedir a realização dos "rolezinhos".
Na avaliação da associação, os eventos também levam insegurança e perturbam os consumidores.
Os jovens que promovem os eventos pelas redes sociais dizem que só querem se divertir, dançar, namorar e passear dentro das instalações.
"Vamos entrar em contato com a Presidência [da República] para tentar uma reunião. A Dilma [Rousseff], que chamou as lideranças das manifestações do ano passado, tem de chamar as lideranças desses eventos também", diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
Após ação policial em um "rolezinho" no shopping Metrô Itaquera, no começo do mês, com bombas de gás e balas de borracha, movimentos sociais como o dos sem-teto passaram a apoiar e a promoverem também eventos dentro de centros de compra.
 

Em apenas uma reportagem, o jornal repete sete vezes a palavra eventos. A rigor, está correta. Evento é algo que acontece, tanto um comício como um jogo de futebol. A própria Folha organiza eventos em seu teatro no shopping Higienópolis. Mas o que está acontecendo, antes de ser evento, é baderna, invasão de um espaço público. 

Não sei se o leitor notou, mas quando a polícia sobe o morro em busca de drogas ou traficantes, os jornais não dizem em suas manchetes que a polícia busca drogas ou traficantes. Mas que a polícia invadiu a favela. Como invadiu? Favela – perdão, comunidade – é por acaso território estrangeiro, área diplomática, onde a polícia nacional não pode entrar? A polícia está exercendo seu dever de combater o crime, nada mais que isso. No entanto, pelo jornais, a polícia invade.

Diga-se o mesmo das invasões do MST. Não são invasões. São ocupações. Invasão é palavra feia, até parece crime. Ocupação soa melhor. Soa até como um direito.

A própria palavra rolezinho é safada. O diminutivo dáá a aparência de algo banal, inocente, quase simpático. Ninguém promove uma baderna, principalmente os baderneiros. Dar um role foi expressão que significava dar um giro, um passeio. De rolê a rolezinho foi um passo.

Mas parece que a palavrinha que já se desgastou. Melhor eventos. E quem são os responsáveis pelos “eventos”? Os “jovens”, é claro. Você não vai chamar um jovem de invasor ou baderneiro. Jovem não faz isso. Invasão e baderna são palavras mais adequadas a adultos. Nem nisto a imprensa nossa é original. Na França, não são os árabes que queimam carros. Mas “les jeunes”.

O ataque a shoppings era previsível. É o local ideal para destilar o ressentimento das periferias. Criou-se a imagem de templos de consumo, como se consumo fosse pecado ou crime, ainda mais em um governo que facilita o crédito para que até mesmo os “excluídos” – outro eufemismo dos bons - tenham carro próprio. 

De cambulhada, ressuscitou uma palavrinha já soterrada, pela história. "Alerta, alerta, alerta à burguesia. Ou deixa o rolezinho ou vai ter ato todo dia". "Ei, burguês, a culpa é de vocês". Nos estertores do século passado, os petistas ainda cantavam:

Ai, quem diria? Ai, quem diria?
O proletário derrotando a burguesia


A burguesia fede
fede
fede
 

Mais um pouco e chegamos no século passado.

Tampouco a idéia de hostilizar shoppings é nova. Talvez ninguém mais lembre, mas nasceu em São Paulo. O “evento” ocorreu em 2011, quando os “jovens” promoveram uma churrascada frente ao shopping Higienópolis. Higienópolis – ou Idischienópolis, como preferem certas línguas – é um dos bons bairros para se viver em São Paulo. Há quem diga que é o melhor. Não é exatamente meu bairro ideal. Arquitetura vertical me desagrada, achata muito o ser humano. Prefiro aquelas cidades baixas, tipo Paris, Madri ou Lisboa. Mas não me queixo do pedaço. Tem cerca de 35 mil habitantes, é relativamente calmo e oferece pelo menos uma meia centena de restaurantes abordáveis.

A quinze minutos a pé de onde moro, há uma praça agradável, a Vilaboim, onde geralmente costumo almoçar. Em apenas uma quadra, tem uns dez ou mais restaurantes com cozinha para todos os paladares: francesa, japonesa, alemã, italiana, árabe, mexicana, brasileira e tem também uma coisa ianque que serve sanduíches tão ao gosto de quem gosta de comer mal. É o que em Paris se chamaria de village, uma espécie de ilha nesta cidade desvairada.

Surgiu naqueles dias uma polêmica que assumiu dimensões nacionais. Pretende-se – ou se pretendia – criar uma estação de metrô na avenida Angélica, principal artéria do bairro. Um grupo de higienopolitanos fez um manifesto contra a estação. O governo recuou e a transferiu para mais adiante. Por que não se quer uma estação de metrô no bairro? Porque bocas de metrô atraem camelôs, mendigos e mesmo assaltantes.

Há dois metrôs a uns 500 metros de distância de onde moro. Um deles, o Santa Cecília, até poucos anos atrás, era um pátio de milagres, com dezenas de mendigos atirados na calçada, fedendo a urina e fezes. Impediam até mesmo a limpeza da praça. Quando chegavam os carros da Prefeitura, defensores dos tais de direitos humanos é o que não faltava para se jogar na frente das mangueiras de água e impedir a limpeza.

Na ocasião, cheguei a protestar junto a Prefeitura. O alcaide era o Maluf. Recebi minha carta de volta, com mais de uma dezena de pareceres e carimbos de diversas repartições e a conclusão final: que qualquer solução era inviável. A Prefeitura acabou encontrando um remendo, entregou o espaço aos camelôs. Que fizeram o que a polícia não conseguiu: expulsaram os molambentos do pedaço. Mas tomaram conta da praça. Quanto ao cidadão que paga honestamente IPTU, este foi expulso do largo.

Alguns palhaços planejaram um churrasco de protesto em frente ao shopping Higienópolis, que depois teria sido transferido para a praça Vilaboim. (Sempre em lugares agradáveis, onde quem trabalha e ganha honestamente seu sustento vai espairecer). A baderna ocorreu finalmente frente ao shopping, interditando a avenida Higienópolis. A alegação era que os residentes do bairro não queriam pessoas pobres por perto. No fundo, petistas que queriam desgastar o governo estadual.

Eram as viúvas do Kremlin que queriam ressuscitar em meu bairro a finada luta de classes. Prova disto foi a declaração do cacique do partido. Disse Lula na ocasião: “Eu acho um absurdo, porque isso demonstra um preconceito enorme contra o povo que anda de transporte coletivo neste País”. O petista acusou os moradores que protestaram contra o metrô de tentar impedir a circulação de pobres no bairro de alto padrão. “Sinceramente, não posso conceber que uma pessoa que estudou e tem posses seja tão preconceituosa e queira evitar que as pessoas mais humildes possam transitar no bairro onde mora”.

Como se algum dia, algum pobre, negro ou mendigo fossem proibidos de circular no bairro. O PT é exímio em criar argumentos inexistentes para melhor atacá-los. 

Não vai demorar muito para que os “jovens” promovam um “evento” no shopping Higienópolis. Aliás, me espanta que ainda não o tenham feito. Nem só a imprensa, mas também as também as autoridades têm sido lenientes. Não se pode pode proibir reuniões ou a livre expressão dos “jovens”.

Mas baderna, invasão, pode sim senhor. Por isso os jornais estão procurando – com a Folha à frente – dar novos nomes a coisas antigas. Ainda há pouco, eu parafraseava o Discurso da Desigualdade, de Rousseau: 

O primeiro homem que deitou na calçada e disse ser isto um direito seu e encontrou pessoas que acreditaram nele foi o fundador da desordem urbana. Daí vieram muitos assaltos e roubos, insegurança social e lixo humano, que poderiam ter sido evitados se alguém tivesse arrancado fora os colchões e papéis que lhes servem de cama e alertado para que ninguém aceitasse este impostor. Não podemos esquecer que as ruas pertencem a todos nós e a cidade também. 

A batalha foi perdida no primeiro dia em que as autoridades deixaram um único homem morar na rua, como se rua residência fosse. Os “eventos” vão se espalhar pelos grandes centros e com eles o cidadão urbano terá de conviver.