domingo, 7 de abril de 2013

Produtividade às canetadas?

Quando da decisão que resolveu [quase que] equiparar o trabalho doméstico ao prestado com finaldades lucrativas [custo esse que já é alto para atividades menos produtivas, que dirá para atividades que sequer geram renda ao empregador] muita gente disse que era um avanço no sentido CIVILIZATÓRIO da coisa [inclusive na reportagem citada abaixo]. Mas como assim? Se abundam pessoas com baixa capacidade produtiva - principalmente nas regiões mais pobres - e que, para essas, a remuneração máxima que alguém se disponha a pagar pelo serviço que possam prestar é bem menor dos que os quase mil reais com encargos trabalhistas INEGOCIÁVEIS é por, simplesmente, os patrões serem uns filhos-da-puta mãos-de-vaca e que, nos países mais desenvolvidos a conversa é outra, os salários são mais altos não por causa de uma maior produtividade geral dos habitantes locais mas por causa de leis trabalhistas mais rígidas e ponto final? Quer dizer, países mais desenvolvidos podem até se dar ao luxo de arcar com legislações trabalhistas mais escrotas e claramente anti-isonômicas que as nossas [DU-VI-Dê-Ó-DÓ]mas não seria o fato da população ser mais produtiva que a nossa a ponto deserviços domésticos custarem os olhos da cara? Será mesmo que o desenvolvimento do chamado Primeiríssimo Mundo se deu por canetadas certeiras de seus competentes legisladores que souberam refrear a ganância dos mais ricos e distribuir mais equitativamente o bolo social? Cês juram mesmo?


Aqui vai uma reportagem publicada no Blog do Noblat e que conta a realidade do serviço doméstico aqui no Brasil,no uruguai [de passagem, mas conta] e nos EUA. Devo salientar que, apesar do texto não se referir ao fenômeno sob este aspecto [coloquei-o como ilustração], suspeito que a falta/escassez de serviço doméstico no América do Norte não é fruto da sensibilidade patronal que abriu mão destes - ou por questões trabalhistas - mas, antes, em razão da produtividade marginal ser bem maior por lá, além das "facilidades" com que o serviço doméstico pode ser executado por aquelas plagas. É óbvio que a produtividade é diretamente relacionada aos exemplos comumente relatados de pais de famíia fazendo suas próprias reformas, pintando suas próprias casas etc., coisas que aqui, definitivamente, somente são feitas por pessoas em dificuldades monetárias e/ou mais mão-de-vaca mesmo, afinal, nem de longe o aparato técnico ideal para isso é encontrado com a facilidade que é nos EUA. O acúmulo de capital - com seu relacionado aumento de produtividade - que proporciona tail "faça-vocÊ-mesmo" ser a melhor opção no custo-benefício da coisa. Não uma lei boboca escrita por legisladores que, nem de longe, têm as mesmas preocupações que um pai [ou mãe] de família comum.

"WASHINGTON e NOVA YORK. Filhos da classe média de Brasília, Bruno Oliveira, de 31 anos, e Melinda Rojas, de 30, foram criados cercados de empregados domésticos. Recém-casados, sem filhos, levaram o hábito para a nova vida: contrataram uma ajudante para todos os dias. Admitem que não viam a cor da cozinha, passavam longe da vassoura, não guardavam roupas e sapatos após o trabalho e organização não era palavra encontrada em seus dicionários. Mudaram para o Uruguai em 2010 já com a bebê Olívia e encontraram um cenário semelhante ao do Brasil — mão de obra farta e barata. Não pensaram duas vezes: tinham empregada diariamente. Bruno confessa:

— Quando tinha que fazer alguma coisa em casa, ficava irritado. Uma vez me dei conta de que não pisava na área de serviço havia três meses!

No início de 2012, Bruno foi transferido para os EUA. Mas a mudança foi muito maior do que a de emprego. Num país em que uma faxineira custa US$ 130 (cerca de R$ 260) por três ou quatro horas de serviço, a babá sai a US$ 15 a hora e as creches públicas são raras – custando, as privadas, ao menos US$ 1.000 em horário parcial —, a família passou por uma revolução doméstica. Para facilitar a adaptação, Melina passou a trabalhar de casa e a divisão de tarefas virou lei. Ela cuida da filha, cozinha, lava e seca as roupas e mantém a ordem na área social. Bruno, que trabalha em horário integral, fica com a limpeza pesada, geralmente aos sábados: lava três banheiros, cozinha e áreas de serviço e externa. À noite, ajuda com a louça – e tem que cuidar da própria roupa, que separa para lavar e guarda quando seca.
 
— Foi um choque, um estilo de vida que só via em filmes. Mas a cultura do faça-você-mesmo tem seus ajudantes: eletrodoméstico para tudo; os produtos de limpeza são potentes e fáceis de manejar; até os tecidos amassam menos — afirma Melina.

Bruno acrescenta que os serviços fora de casa cabem no orçamento. Suas camisas sociais vão para a lavanderia. Se custavam R$ 10 cada no Brasil, saem a menos de US$ 2 (menos de R$ 4) em Fallschurch, subúrbio da Virgínia.
 
— Mas é a organização, aprender a usar agenda diariamente, que demonstra que você pode fazer. Pode não ficar perfeito, mas é satisfatório — garante Bruno.
 
Olívia, hoje com 3 anos, não fica de fora: brincando, ajuda na lavanderia, com a lava-louça e na hora de fazer a cama. E não pode trocar de brincadeira sem guardar os objetos da diversão anterior.

— A brincadeira de hoje é o hábito de amanhã. Queremos que ela leve isso para o Brasil — explica Melina, que vai colocar Olívia na creche a partir de agosto para voltar a trabalhar meio expediente.
 
Quando a ajuda é indispensável, o setor público nos EUA se apresenta, por exemplo, com o auxílio a crianças com deficiência. Christiane, de 36 anos, e Diego Bonomo, de 31, são pais de Vito, que nasceu com síndrome de Down e tem 2,9 anos, e Lara, de 1,8 ano. Não era opção largar o emprego ou trabalhar meio expediente. Os brasileiros recorreram ao estado da Virgínia, que, após pesquisa domiciliar, passou a pagar 11 horas de atendimento em casa a Vito. A criança, embora frequente creche de 9h às 12h, tem atividades terapêuticas obrigatórias ao seu desenvolvimento nos outros horários e precisa de quem o acompanhe.
 
A família contratou uma segunda pessoa, no esquema de au-pair (universitária brasileira que mora em casa e tem estudo e seguro-saúde pagos pelo casal).
 
— Mas só temos ajuda quando estamos fora de casa. Das 6h às 7h30, nós é que arrumamos, damos café. Um de nós sai mais cedo e outro mais tarde, negociado com os patrões, em dias alternados, para podermos deixar o Vito na escola. Na saída, nós que pegamos. Quando entramos em casa, 17h30, 18h, não tem mais ajuda. Damos comida e banho, brincamos e colocamos para dormir. A empregada dorme, mas o horário dela acaba muito antes — explica Chris.
 
Diego considera o ambiente nos EUA propício à organização: — Facilita a forte cultura familiar, ao menos nas grandes empresas dos EUA, porque há espaço para você negociar horário com os chefes, porque ele mesmo tem necessidades a atender. O transporte público também ajuda, eu não uso carro, saio correndo do trabalho e pego metrô para chegar na escola. Às sextas-feiras, quando o casal quer sair, eles pagam adicional à funcionária que dorme, como baby sitter.

— Não está no contrato dela, então é hora extra — diz Chris.

Criados com empregados, Chris e Diego consideram a nova legislação brasileira um grande avanço e esperam que ela gere uma sacudida no machismo brasileiro. Tentarão, na volta ao Brasil, em julho, manter a estrutura mais enxuta possível e reproduzir o esquema pessoal que têm em casa — mesmo desejo de Bruno e Melina.
 
— Acho que no Brasil se terceiriza demais a criação dos filhos. A mulher quer sair do trabalho e ir à academia. Eu também vou à academia, mas quando posso: na minha hora de almoço. Encerrado o trabalho, a vida é da família. Essa é uma escolha que se faz quando se decide ser mãe e pai — afirma Chris.

Já a coordenadora de um grande escritório paulista de arquitetura em Nova York, onde mora há 20 anos — 16 deles com o marido, o executivo do mercado financeiro André Soares —, a carioca Lenka Soares, de 39 anos, tem em casa hoje um regime parecido com o proposto pela nova legislação brasileira. Desde que sua filha, Catarina, hoje com 4 anos, nasceu, ela contratou uma babá mineira que trabalha oito horas por dia de segunda a sexta-feira (a diária custa US$ 120) e ganha US$ 15 a mais por cada hora extra.
 
— Aqui a vida é mais complicada, não tenho a liberdade de ir e vir, mas estou acostumada. Quando saio à noite, o que é raro, chamo uma baby sitter (US$ 15 por hora mais US$ 20 de táxi após as 21h). O lado bom é que a família fica mais unida, as crianças têm os pais mais presentes. Meu marido chega cedo do trabalho, enquanto no Brasil as pessoas que fazem o mesmo que ele só estão em casa depois das 21h, 22h. Jantamos os três juntos às 19h15 todas as noites — conta ela. — O André sempre ajudou muito. O pai aqui precisa ser muito mais participativo, aprende a ficar sozinho com os filhos. Nos fins de semana os dois saem bastante juntos. No Brasil não vejo os pais passarem nem meia hora sem uma babá do lado.

Lenka lembra que, para facilitar, a maioria das suas amigas de Nova York tem os filhos estudando em horário integral, das 8h30 às 15h30, a partir dos 3 anos. —
 
 Pior do que a falta de serviço é a falta de ajuda familiar. Não existe ligar para um amigo dizendo "vou deixar minha filha aí porque tenho uma reunião". Ninguém tem esquema, então é cada um por si. Mas assim criamos crianças mais independentes. Desde os 2 anos minha filha come sozinha, escova os dentes e mantém o quarto impecável — diz.

Quando decidiu se mudar de São Paulo para Nova York, em 2008, após dez anos de trabalho na American Express, o administrador Cid Uehara, que hoje trabalha como motorista particular, sabia que dali para frente tudo seria diferente na rotina doméstica da família.
 
— Minha filha quando chegou aqui, com 10 anos, nunca tinha feito uma cama na vida. Hoje ela lava louça, banheiro, arruma a casa, toma conta do irmão. Ele tem 9 anos e é o responsável por botar o lixo pra fora. Três vezes por semana coleta os lixos dos quartos e banheiros, junta com o da cozinha, separa para reciclar em três grupos diferentes (orgânico, papel, vidro com plástico). Também arruma a própria cama — conta, lembrando que no estado de Nova York é proibido deixar menores de 15 anos em casa desacompanhados, e, agora que chegou a essa idade, a menina vai poder ajudar ainda mais. — Aqui nós nunca tivemos empregada na vida, nem por um dia, porque é muito caro.

Em Manhattan, uma diarista cobra entre US$ 80 e US$ 120 por um período de três ou quatro horas.
 
— A maior mudança foi a criação de uma responsabilidade que no Brasil não teríamos. Lá certamente haveria uma pessoa para arrumar a casa. Não foi uma opção nossa. Aqui você obrigatoriamente tem que fazer o que alguém faria por você. Mas foi bom principalmente para os meus filhos. Nos EUA tudo é mais fácil. Basta dizer que comer fora é mais barato do que cozinhar em casa — diz Uehara.

sexta-feira, 29 de março de 2013

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=bfO0m5PbxRQ


http://www.youtube.com/watch?v=xM1SZf5WX9Y

http://www.youtube.com/watch?v=6RDB5HvAfhg

Grécia, Euro e "austeridade para quê, né?"

A  tragédia do euro e o caso da Grécia******


Os eventos fiscais na Grécia são exemplares da tragédia do euro e seus incentivos perversos. Quando a Grécia entrou na União Monetária Europeia, três fatores se combinaram para gerar déficits excessivos no orçamento do país. Primeiro, a Grécia foi admitida a uma taxa de câmbio muito alta. Com essa taxa e com os salários vigentes, muitos trabalhadores se tornaram pouco competitivos em relação aos trabalhadores dos países do norte, muito mais capitalizados. Para aliviar esse problema, as alternativas eram (1) reduzir os salários para aumentar a produtividade, (2) aumentar os gastos governamentais para subsidiar os desempregados (com seguro-desemprego ou esquemas de aposentadoria prematura), ou (3) empregar esses trabalhadores pouco competitivos diretamente no setor público.

Por causa dos poderosos sindicatos, a primeira alternativa foi deixada de lado. Os políticos optaram pela segunda e terceira alternativas, as quais geraram altos déficits orçamentários.

Segundo, por ter entrado na União Monetária Europeia, o governo grego podia agora contar com uma garantia implícita de socorro do Banco Central Europeu e dos outros países-membros da UME. As taxas de juros sobre os títulos da dívida do governo grego caíram para níveis próximos dos da Alemanha. Consequentemente, os custos marginais de se incorrer em déficits foram reduzidos para o governo grego. As taxas de juros estavam agora artificialmente baixas. A Grécia era um país que já tinha dado vários calotes ao longo do século XX e que estava acostumado a altas taxas de inflação e a altos déficits, bem como a um crônico déficit na balança comercial. Apesar disto tudo, o país passou a poder se endividar pagando praticamente as mesmas taxas de juros da Alemanha, um país com um histórico fiscal conservador e com um impressionante saldo na balança comercial.

Terceiro, a tragédia dos comuns entra em cena. Os efeitos deste temerário comportamento fiscal do governo grego podia ser parcialmente externalizado para os outros membros da UME, uma vez que o Banco Central Europeu passou a aceitar títulos da dívida do governo grego como colateral para suas operações junto ao sistema bancário. Os bancos europeus passaram a comprar títulos do governo grego (os quais pagavam um bônus em relação aos títulos do governo alemão) e a utilizar esses títulos para receber empréstimos do BCE a juros baixos (atualmente a juros de 1%, um negócio altamente lucrativo).

Os bancos compraram títulos gregos porque sabiam que o BCE iria aceitar esses títulos como colateral para conceder novos empréstimos. Havia demanda por esses títulos gregos porque os juros que os bancos pagavam para o BCE eram menores do que os juros que os bancos recebiam do governo grego. Caso o BCE não aceitasse os títulos gregos como colateral para seus empréstimos, a Grécia teria de pagar juros muito maiores sobre sua dívida. Com efeito, o governo grego tem sido de certa forma socorrido ou sustentado pelo resto da UME por um longo tempo, em um perfeito exemplo da tragédia dos comuns.

Os custos dos déficits gregos foram parcialmente jogados para outros países da UME. O BCE criou novos euros ao aceitar os títulos do governo grego como colateral. As dívidas gregas foram assim monetizadas. Com o dinheiro que recebeu com a venda de seus títulos, o governo grego elevou os gastos para ganhar apoio e popularidade junto à população grega. Quando os preços começaram a subir na Grécia, o dinheiro fluiu para os outros países, elevando os preços no resto da UME. Nos outros países-membros, as pessoas começaram a sentir os preços de suas compras subindo mais rapidamente do que suas rendas. Esse mecanismo significou uma redistribuição de renda a favor da Grécia. O governo grego estava sendo socorrido e auxiliado pelo resto da UME em uma constante transferência de poder de compra.


****Final do nono cápítulo do Livro linkado acima [ "A tragédia do EURO", de Bagus]

segunda-feira, 25 de março de 2013

Time After Time - The Same Crap Again

*Cesar Ailson Barros

Um texto foi indicado pelo nobre professor Adrualdo Catão , bastião liberal aqui nas Alagoas, e resolvi reproduzir algumas linhas aqui nesse espaço eminentemente libertário, bem como comentar alguns equívocos - será mesmo que não foi propositalmente, com a intenção de desinformar? [excertos em inglês]

From the floor of the U.S. Congress to the streets of Athens to the assembly lines of southern China, political and economic events are being shaped by escalating tensions between capital and labor to a degree unseen since the communist revolutions of the 20th century. How this struggle plays out will influence the direction of global economic policy, the future of the welfare state, political stability in China, and who governs from Washington to Rome. What would Marx say today? “Some variation of: ‘I told you so,’” says Richard Wolff, a Marxist economist at the New School in New York. “The income gap is producing a level of tension that I have not seen in my lifetime.
 
Tensions between economic classes in the U.S. are clearly on the rise. Society has been perceived as split between the “99%” (the regular folk, struggling to get by) and the “1%” (the connected and privileged superrich getting richer every day). In a Pew Research Center poll released last year, two-thirds of the respondents believed the U.S. suffered from “strong” or “very strong” conflict between rich and poor, a significant 19-percentage-point increase from 2009, ranking it as the No. 1 division in society.”





Além da parte em que há propaganda pura [nuncaanteznesteplaneta tivemos tantos pobres. Bem, é verdade, nunca antes tivemos qualquer tipo de gente, afinal, nunca fomos tantos bilhões antes. Queria-se o que? Um genocidiozinho para ~aliviar~ o Planeta de boa parte de sua carga? Além do mais... qual a idade desse mala? Não será que havia uma pobreza bem pior pelo Mundo antes? Que diria ele da época da Guerra Fria? Não havia tensão o suficiente àquela época? Tá de brincadeira...] é uma maneira de esconder um dos importantes lados dessa batalha: os governos e os respectivos políticos e aliados. Alguém acha que existem mais ricos do “lado certo”  independentemente de estarem nos 1% de lá ou dos 99% de cá ou mais POLÍTICOS do “lado do bem”? [acho eu que] Estes últimos estão em sua maioria do lado “errado” da tal guerra entre opressores e oprimidos, sendo claro que PARTE dos 1% têm sua ligação com o meio político e manda e desmanda, desvia etc., mas não estão entre esses 1% somente bandidos e larápios, que conversa é essa? Cuidado, essa conversa de ricos contra pobres é uma cortina de fumaça ideológica para esconder a verdadeira guerra entre os livremercadistas [que apoiam a liberdade individual não-agressiva [i.e. consensual] ACIMA do Estado que está lá somente para garantir que esses direitos sejam estendidos ao maior número possível] e os estatólatras que pretendem que essa ~individualização extrema~ [como extrema? Podemos ser MENOS indivíduos, então?] é um risco para a sociedade como um todo e que o poder do Estado é, pois, maior e mais importante socialmente do que meros indivíduos, ESTEJAM OU NÃO AGREDINDO OUTREM. E eis a pegadinha da coisa: um indivíduo pacífico é MENOR do que a sociedade, desde que arrume-se uma desculpa para legitimar a agressão contra aquele. E a culpa dos males do mundo é de quem se opuser ao esquema. No estilo “ame-o ou deixe-o” [nem todo lugar permite a saída, aliás, quanto mais radicalmente oposto às liberdades individuais e mais estatólatras, nem isso – vazar com mais de mil – é permitido.

Resentment is reaching a boiling point in China’s factory towns. “People from the outside see our lives as very bountiful, but the real life in the factory is very different,” says factory worker Peng Ming in the southern industrial enclave of Shenzhen. Facing long hours, rising costs, indifferent managers and often late pay, workers are beginningto sound like true proletariat”


Pinta-se uma figura que encaixa na bobageira marxista e se esquece do principal: quem manda realmente nas tais fábricas chinesas e quem permite – influencia, apóia, leva vantagem etc. – o Partido Comunista ChinÊs. Há um documentário [China triumph and turmoil], que tem três importantíssimas partes e foi produzido pelo Channel Four, em que é desvelada a realidade: quando um grande empresário chinês, ambientado na África [infelizmente esqueci o nome do país, mas assistam ao vídeo  e confiram. O que importa é que o chinÊs afirmou que ele e sua família estão ambientados ao ponto do repórter - Niall Ferguson - perguntar à filha do cara se ela se considera chinesa ou africana ao que a guria responde: “africana” – para a surpresa e felicidade do pai!], enfim, um figurão encarregado de uma mineradora, se ele era rico por possuir tamanho empreendimento ele responde: “quem dera fosse meu. É tudo ~da China~. Ou seja, esse tal Grande Salto talvez seja o salto de um gigante [é o salto de um gigante], mas um gigante burocrático, corrupto e cheio de tentáculos, dono de tudo o que se possa imaginar crescer de verdade [no mínimo sócio, mas tenho minhas dúvidas se há sequer essa tênue linha]

Outro exemplo, tirado do mesmo documentário, é o do visita do repórter a uma cidade pequena. Claro, lhe designam um ~guia~. Com esse guia ele anda pela cidadezinha e adentra numa barbearia e pergunta ao dono como são as coisas por lá. A resposta? “tá tudo muito bem, aqui na China é uma maravilha, nunca estivemos tão bem, aliás, não precisamos de nada.” Para a surpresa de Ferguson, o fato se repetiu em cada estabelecimento que ele encontrou por lá. Coincidentemente, havia sempre um ~guia~ por perto para ver se alguém iria se meter a besta e dizer que, sei lá, o Caminhão do Lixo não passou ontem. Impressionante.

A única tensão citada no documentário é o Dom Luan [ou Don Huan, não entendi direito a pronúncia. Aliás, gostaria de fazer –ou comprar- uma camiseta com esse ideograma qualquer dia. É o "turmoil" do título]¹, a grande revolta da massa oprimida por gente como esses milhares e milhares de funcionários públicos em cada esquina, bairro, central de apartamentos, fábricas etc., numa onipresença que consegue se tornar difusa, disfarçada, até mesmo para impor o medo – e que alimenta uma indústria da delação – todos “juntos” em uma máquina de mandar e desmandar, organizada em vários níveis até chegar aos grandes tubarões chineses. O medo que dá é a canalha resolver fazer guerra com algum inimigo externo para manobrar essa mesma massa para morrer pela Grande China ou o que seja. Mas a luta aqui não é contra o capital malvado: é contra a instituição estatal que em vez proteger as propriedades individuais e os contratos livremente acordados torna-se a máquina que explora uns em favor de outros. E o que certa mídia diz? Que a China é um exemplo de como o governo pode ~comandar~ uma economia para o ~bem geral~. Bem geral de uns à custa de outros fica um tanto contraditório, né? O bem geral seria melhor atingido se essa instituição procurasse defender e respeitar as escolhas individuais. É isso, e mais nada, que foi e tem sido chamado – preconceituosamente – de capitalismo.

“The way the rich get money is through exploiting the workers,” says Guan Guohau, another Shenzhen factory employee. “Communism is what we are looking forward to.” Unless the government takes greater action to improve their welfare, they say, the laborers will become more and more willing to take action themselves. “Workers will organize more,” Peng predicts. “All the workers should be united.”

That may already be happening. Tracking the level of labor unrest in China is difficult, but experts believe it has been on the rise. A new generation of factory workers — better informed than their parents, thanks to the Internet — has become more outspoken in its demands for better wages and working conditions. So far, the government’s response has been mixed. Policymakers have raised minimum wages to boost incomes, toughened up labor laws to give workers more protection, and in some cases, allowed them to strike. But the government still discourages independent worker activism, often with force. Such tactics have left China’s proletariat distrustful of their proletarian dictatorship. The government thinks more about the companies than us,” says Guan. If Xi doesn’t reform the economy so the ordinary Chinese benefit more from the nation’s growth, he runs the risk of fueling social unrest.


A que ponto chegou a coisa... Claramente a questão não é do capitalismo ser mal e querer o mal dos empregados, temo que isso seja um mal inerentemente humano, aliás, não é culpa de algum ~sistema~. A questão é que, justamente, não há liberdade para prosperar na China sem ser por meio da bênção governamental. Tenho minhas dúvidas a respeito dessa massa bem crescida cair nesse conto do vigário de que é preciso uma ditadura, sim , mas uma que seja REALMENTE do proletariado. Ora, ditadura alguma vai resolver coisa alguma a médio ou longo prazo. O máximo que uma ditadura consegue é pilhar mais e mais – uma hora não vai ter mais o que sugar e para onde crescer sem um inevitável colapso [assim espero e creio fervorosamente]. Mas o ponto é: a instituição governamental precisa garantir a segurança de seus cidadãos, e  primeiro e fundamental direito é de cada um ser dono de seu próprio corpo, ter suas opiniões, se engajar em quaisquer empreitada que deseje – desde que não fira o igual direito alheio. Um governo que quer te impedir de tomar posse de uma Terra “pública”, colher seus frutos dessa mesma terra e negociá-los como bem entender com qualquer outra pessoa está, na verdade, agindo contrariamente à natureza humana e, portanto, é ilegítimo e ditatorial. Dom Huan nele! Mas a luta correta não é por uma Ditadura Sindical ou ditadura alguma, por mais que seja importante as questões por melhores salários, é pelo direito de livre empreender – [para tentar] ser mais produtivo – a verdadeira causa a ser seguida.

Mas continuam as verdades invertidas – no texto e na cabeça de muitos ~cabeças~ por aí

“Marx would have predicted just such an outcome. As the proletariat woke to their common class interests, they’d overthrow the unjust capitalist system and replace it with a new, socialist wonderland. Communists “openly declare that their ends can be attained only by the forcible overthrow of all existing social conditions,” Marx wrote. “The proletarians have nothing to lose but their chains.” There are signs that the world’s laborers are increasingly impatient with their feeble prospects. Tens of thousands have taken to the streets of cities like Madrid and Athens, protesting stratospheric unemployment and the austerity measures that are making matters even worse.



Ou seja: para remediar o problema o que se quer é ir contra as medidas MENOS DANOSAS justamente dos filhos da puta dos políticos. Os Estados menos irresponsáveis e que mais se preocupam com [ou fingem se preocupar] com seus cidadãos – Alemanha, por exemplo – são considerados os vilões da crise gerada por estados mais corruptos e inescrupulosos como Grécia e Portugal. Culpa do capitalismo, mas nunca se lembram de somar dois mais dois e chegar à conclusão de que Capitalismo está do lado da AUSTERIDADE enquanto o comunismo é dispendioso e canalha. O problema é [cita-se outro Marxista] “Protesters, says Jacques Rancière, an expert in Marxism at the University of Paris, aren’t aiming to replace capitalism, as Marx had forecast, BUT MERELY TO REFORM IT. “We’re not seeing protesting classes call for an overthrow or DESTRUCTION OF SOCIOECONOMIC SYSTEMS IN PLACE,” he explains. “What class conflict is producing today are calls to fix systems so they become more viable and sustainable for the long run by redistributing the wealth created.”

No fim, um já usual argumento– não cai em desuso? – e  que pode ser desmascarado e resumido em “mimimi as esquerdas não são mais sanguinárias como outrora, que saudades de Stálin, agora a revolução permite que os financistas entrem na jogada – ou seja, “viraram capitalistas”. A canalha não cansa de, por um lado, sentir falta das ditaduras mais abertamente comunistas – como demonstram ao apoiar a Coréia do Norte, Cuba, Irã et caterva - e reclamarem que as esquerdas entraram ~demais~ no jogo do imperialismo. E, afinal, ao que parece, tudo que o GOVERNO dos EUA,  França, Itália, Portugal, Grécia – e em certa medida até a Alemanha [como BAgus também aponta como inflacionista em seu “A tragédia do Euro”. Só que inflacionista num nível suportável – até quando – para o povo alemão escaldado até uma horas] –  precisavam é que ruísse o famigerado modelo soviético para eles mesmos poderem intervir em suas economias a seu bel prazer e ajudar a grandes tubarões a prosperarem como sanguessugas da população e, no embalo, jogarem a culpa no Sistema capitalista e em verdadeiros empreendedores de largo sucesso. Inveja e infâmia, que duplinha, hein?

“There are few to stand in the way. The emergence of a global labor market has defanged unions throughout the developed world. The political left, dragged rightward since the free-market onslaught of Margaret Thatcher and Ronald Reagan, has not devised a credible alternative course. “Virtually all progressive or leftist parties contributed at some point to the rise and reach of financial markets, and rolling back of welfare systems in order to prove they were capable of reform,” Rancière notes. “I’d say the prospects of Labor or Socialists parties or governments anywhere significantly reconfiguring — much less turning over — current economic systems to be pretty faint”


¹混 乱 [hùnluàn] exemplo:  protesto na praça da paz celestial em 1989





sexta-feira, 22 de março de 2013

Imposturas Intelectuais


Rodrigo Constantino

“Any intelligent fool can make things bigger, more complex, and more violent. It takes a touch of a genius - and a lot of courage - to move in the opposite direction.” (Albert Einstein)

De acordo com os solipsistas, a falsificabilidade de Popper não faria sentido, posto que provas inexistem. Mas a epistemologia randiana, em contrapartida, objetiva aprioristicamente determinados fatos, independentes do princípio da incerteza de Heisenberg. A própria etimologia de “fato” corrobora tal assertiva. Dependendo da esfera cognitiva, entretanto, poderemos cair na famosa incomensurabilidade de paradigma, segundo Kuhn. Restaria uma explicação somente através da topologia psicanalítica de Lacan. E assim a questão poderia se dar por encerrada, com razoável grau de certeza. Ou não.

Caro leitor, muita calma nessa hora! Se você não entendeu nada do que eu quis dizer acima, é bom sinal. Afinal de contas, realmente não quis dizer absolutamente nada. Esse artigo pretende desmascarar determinado tipo de pseudo-intelectual, que apela com assustadora freqüência aos estratagemas conhecidos para impressionar leigos.

Não estou sendo sequer original aqui, pois Alan Sokal adotou exatamente essa estratégia para desmascarar vários intelectuais. Sokal mandou para uma famosa revista um artigo com título complexo, e trechos mais obscuros que os utilizados acima. Seu artigo não só foi aceito, como gerou bastante reação positiva. Qual não foi a surpresa geral quando o autor confessou tratar-se de um emaranhado de frases soltas e sem sentido? A revolta foi grande, e Sokal decidiu transformar seus argumentos em livro, com o mesmo título desse meu artigo, refutando intelectuais do peso de um Lacan, Kuhn ou Feyerabend.

Segundo o próprio autor, “a obra trata da mistificação, da linguagem deliberadamente obscura, dos pensamentos confusos e do emprego incorreto dos conceitos científicos”. São desmontadas táticas, como o uso de terminologia científica ou pseudocientífica sem dar a devida atenção ao seu real significado, ou ostentar uma erudição superficial, usando termos técnicos fora de contexto, para impressionar. Fora isso, frases são manipuladas constantemente. Sokal, com o auxílio de Jean Bricmont, mostra que o “rei está nu”, com casos manifestos de charlatanismo. A reputação que certos textos têm em virtude de suas idéias serem “profundas”, em muitos casos, são apenas reflexo de serem na verdade incompreensíveis, pois não querem dizer absolutamente nada.

Os leitores precisam entender que a prolixidade não significa bom conteúdo, ou que a complexidade não quer dizer lógica. Precisam saber ainda que a erudição e abuso de citações não garantem o embasamento do argumento, e que o apelo à autoridade costuma ser um desvio para quem não sabe refutar concretamente um determinado ponto. Um debate intelectualmente honesto precisa contar com razoável grau de objetividade. Caso contrário, muito provavelmente estaremos diante de um embusteiro.

Deixo a conclusão para Isaiah Berlin, que em seu livro A Força das Idéias, ataca basicamente o mesmo ponto exposto aqui: "Uma retórica pretensiosa, uma obscuridade ou imprecisão deliberada ou compulsiva, uma arenga metafísica recheada de alusões irrelevantes ou desorientadoras a teorias científicas ou filosóficas (na melhor das hipóteses) mal compreendidas ou a nomes famosos, é um expediente antigo, mas no presente particularmente predominante, para ocultar a pobreza de pensamento ou a confusão, e às vezes perigosamente próximo da vigarice."

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Resuminho [Bastiat na veia!] da crise e dos movimentos anti-wall street MAS pró-governo [Occupy the pia de lavar louça]

http://mises.org/daily/5762/

"[...]The myth of the welfare state spread from France and Germany to the rest of the Western world, leading to an explosion of welfare transfers and an equal explosion of the people's expectations with regard to their so-called social rights.
 
Self-reliance was progressively replaced by a mentality of rights with no duties. As a result, a gigantic disconnect arose between what people are willing to pay in taxes and what they expect in return in the form of government benefits. Because promising welfare is the easiest way to win elections, politicians kept expanding the size of government over the decades. And because the public would not have tolerated an honest increase in taxes to finance the new welfare programs, governments started borrowing the money necessary to finance them. Thus, governments became dangerously in debt. Then the financial crisis came, to a large extent caused by government actions: welfare programs to make true the progressive "homeownership-society" dream in the United States created the structural conditions. Government-sponsored entities like Fannie Mae and Freddie Mac, who bought and guaranteed around 50 percent of the total US mortgage market, offered the financial vehicle to transfer the wealth; and the Federal Reserve provided the easy money necessary to finance it. In addition, the US government was borrowing and spending money at an all-time record in order to finance its warfare/welfare policies.
 
"For Hessel, if politicians and bureaucrats had more power than they currently have, the system would be less corrupt."In Europe the situation was not that different. The creation of a single currency, again a government decision that in many cases was not even submitted to popular scrutiny through a referendum, enabled countries like Greece, Portugal, and Spain to borrow money at very low interest. The market rightly assumed that if some of these countries defaulted, Germany and France would rescue them. This explains why private investors considered Greek bonds to be as good as German bonds. Using this unique opportunity, politicians in southern countries started an orgy of credit. Their purpose was to win more elections through the promise of more welfare policies. Meanwhile, the European Central Bank was keeping interest rates artificially low, inflating housing bubbles in Spain and Ireland. For a time everyone was happy: politicians were being reelected, the people were getting new government benefits every year, bankers were making tons of money, and industries were booming. It was all an illusion. When the bubble burst in the United States, it quickly became clear that Europe's economic and fiscal situation was also unsustainable.

Now it's time to pay for the party. Inevitably, this means a dramatic reduction in our standard of living. Because people do not understand that the source of the crisis was government, as Bastiat predicted, they now go on the streets demanding even more of what caused the problem in the first place: government. That is the paradox of the outraged

The Fiction of Government

The tragedy of honest left-wing intellectuals who encourage movements such as Occupy Wall Street is that, without realizing it, they are outraged by what is to a large extent the creature of their own thinking. The best example is Hessel himself. He argues that fundamental principles of a free, humanitarian, and democratic society have been replaced by a system in which maximization and uncontrolled financial capitalism prevail. A much better world, he insists, would be one in which individual interest is subordinated to the general interest. This can be best achieved if government plays a larger role in the economy.
 
One should first ask if there is any reason to believe that government really cares about the common good. Are bureaucrats and politicians not people like everyone else? Was Lord Acton wrong when he said that "power corrupts and absolute power corrupts absolutely"? And if he was right, is it reasonable to think that those who are in power — and therefore already corrupted — would put their own interest aside in order to serve an abstract ideal called the "common good"?
 
Even Hessel denounces that lobbyists have overtaken government in "the highest spheres." Nevertheless, he seems to believe that if government were to have more control over industries, corruption would not do its harmful work. In other words, for Hessel, if politicians and bureaucrats had more power than they currently have, the system would be less corrupt. History, however, shows that Lord Acton was right: the more power there is in the hands of the rulers the more corrupt the system becomes. The greatest failure of socialism was not that it brought about economic misery to the masses it was supposed to help but that it created a class system more violent and rigid than anything the Western world had ever seen. The central maxim of socialism — namely, equality — was betrayed as soon as the revolutionary leaders consolidated their power over the state. The new elite created a two-class system that rested on systematic coercion: on the one hand there were the party leaders and their friends who lived like kings enjoying all sort of luxuries, many of them imported from the capitalist world; and on the other hand there was everyone else, fighting for survival.
 
We may still ask what would happen if political leaders were not corruptible. Would Hessel's idea work then? Lets suppose for a minute that James Madison was wrong and that we were indeed governed by angels, that is to say, by incorruptible beings who would use their power only to seek the common good. Lets also suppose that these angels had all the material means necessary to achieve their noble ends. Now the question becomes, is the purity of intentions a guarantee for the quality of the results of someone's actions? Would morally superior and powerful men know better than we do what is best for us? And more importantly, would we be willing to accept honest men or even angels forcing us to do what they think is best?

Here it becomes even more evident that Hessel's argument rests on a falsehood: the idea that the common good or the general interest is something different from the sum of all individual interests, and that government is a separate entity that through coercion can elevate society to a higher degree of moral perfection and happiness. Few ideas in history have proved to be more appealing and at the same time more destructive than this one. Those who, like Hessel, endorse it, ignore the fact that the greatest evils are usually not the result of bad men trying to harm others but of good men trying to help others they do not even know. Henry David Thoreau fully grasped this when he wrote, "If I knew for a certainty that a man was coming to my house with the conscious design of doing me good, I should run for my life."[3] If angels were to govern humans, none of us would be spared from death for the greater good.

The fiction that government can safeguard a common good that transcends the diverse and irreducibly complex world of individual interests necessarily entails the idea that it can also provide for our necessities. This fallacy is the origin of the fatal myth of the welfare state — an idea brought about by French rationalist liberalism. This kind of liberalism, as Friedrich von Hayek noted, saw no limits in the power of human reason to plan social life and the economy, becoming thus the predecessor of collectivist movements such as socialism and fascism.

No one understood the implications of this myth better than Frédéric Bastiat, a French intellectual who is barely known in his own country. Writing shortly after the constitution of 1848 was created, Bastiat argued that unlike the Americans, who did not expect anything but from themselves, the French had transferred the province of social construction on to the abstraction of government. It was the responsibility of the state to elevate society to a higher level of morality, happiness, and material well-being. An example of this false belief, according to Bastiat, was to be found in the French constitution of 1848, which declared, "France has constituted itself a republic for the purpose of raising all the citizens to an ever-increasing degree of morality, enlightenment, and well-being." Bastiat observed that this new government was a "chimerical creation from which the citizens may demand everything." For Bastiat this could only lead to endless crisis and revolutions:
I contend that this deification of Government has been in past times, and will be hereafter, a fertile source of calamities and revolutions. There is the public on one side, Government on the other, considered as two distinct beings; the latter bound to bestow upon the former, and the former having the right to claim from the latter, all imaginable human benefits.[4]
 

 
 
 
 
 


"This is not an ideological revolution. It is driven by an authentic desire to get what you need. From this point of view, the present generation is not asking governments to disappear but to change the way they deal with people's needs"

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Inflaçao de 2012 foi medida em quanto mesmo?

Para o BaCen, 16% é o ponto de partida [isso em relação ao já feito [alavancado] ano passado. O total real chegou FÁCIL em 20%].


"[A] pressão do governo surtiu efeito e os bancos públicos despejaram crédito na economia brasileira em 2012. No Banco do Brasil, que divulgou na última quinta-feira o balanço anual, a expansão ficou perto de 25%. Terça-feira (19.02.013), a Caixa Econômica Federal informou um avanço ainda mais expressivo: 45%. No sistema financeiro em geral, a alta foi de 16%, segundo o Banco Central (BC). Quando a comparação é feita com as instituições privadas, a diferença é maior. No Itaú, líder do segmento, os empréstimos subiram apenas 6%. No Bradesco, 8,3%, e no Santander, 7,6%."***
 
 

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Copa do Mundo e Minha-Casa, Minha Vida

The Brazilian government isn’t letting an economic slowdown, the World Cup or the Olympics get in the way of its efforts to help everyone from slum dwellers to young professionals buy homes.
President Dilma Rousseff is using federal subsidies and state-bank loans to boost housing after economic expansion slowed for a second year in 2012 and mortgage growth declined. Home price gains are also decelerating after rising 58 percent since 2010.
Brazilian President Dilma Rousseff is pumping more money into the housing market even as interest rates remain at the lowest in Brazil's history, and annual inflation is running above the central bank's target for 29 months.
“The market is trying to correct itself” and “the government is throwing more money at it to keep it expanding,”said Adolfo Sachsida, an economist in Brasilia at the Institute for Applied Economic Research, a federal government agency that evaluates public policy. “This market employs a lot of people and they want to keep it heated so employment doesn’t drop.”

Rousseff is pumping more money into the housing market even as interest rates remain at the lowest in Brazil’s history, and annual inflation is running above the central bank’s target for 29 months. As economic growth fell to the slowest pace among major emerging-market economies last year, she nearly doubled spending on Brazil’s plan to build 2 million low-income homes by 2014, a goal made more expensive as preparations for the World Cup being held that year, and the Olympics in 2016 contribute to higher construction costs.

Home Lending

The amount of home loans outstanding grew 38.2 percent in 2012, down from a pace of 44.5 percent in 2011 and 51.1 percent in 2010, which was the fastest since 1992, according to central bank data. Total credit outstanding increased by 16.2 percent last year.

The government’s measures are helping to sustain prices, setting the stage for a fall once interest rates climb from record lows, according to Sachsida, who co-authored an IPEAreport last August that said the government is fostering a real-estate bubble.

“When rates rise abroad, Brazil will be forced to raise rates here too. When they do that, it’s going to hit a population that is already very indebted, and that’s going to pop the bubble,” he said.

The views expressed in the report don’t reflect the opinion of the organization, according to a press official at IPEA in Brasilia, who asked not to be identified in accordance with their policy.

“The majority of analysts have concluded that there is no risk of a real estate bubble,” Dyogo Oliveira, deputy executive secretary at the Finance Ministry, told reporters in Brasilia Jan. 31. “At the moment there is no need for concern.”

The Finance Ministry didn’t respond to a request for further comment.

Middle Class

While 35 million Brazilians entered the middle class in the past decade, according to the Rio de Janeiro-based Getulio Vargas Foundation, the government estimates there is a housing deficit of 6.3 million homes.

Rousseff increased spending on her low-income housing initiative, dubbed Minha Casa, Minha Vida (My Home, My Life), by 93 percent to 11.2 billion reais ($5.7 billion) from January through November 2012, according to the Treasury.

The government has twice lifted price caps on homes that are eligible for program subsidies since 2009, to as much as 190,000 reais in Rio de Janeiro and Sao Paulo, as soaring land prices prompted homebuilders to lobby for higher payouts to cover construction costs.

World Cup

Preparations for the World Cup and Olympics also have increased demand, the IPEA report said.
“The program of public works trying to modernize and invigorate some cities for the World Cup in 2014 and the Olympics in Rio in 2016 has been contributing to the appreciation of real estate prices.”

Rising prices are undermining the original goal of the government’s program to reach Brazil’s poorest, because homebuilders are focusing on building more expensive homes that are still within the subsidy scheme, according to Claudia Magalhaes Eloy, a professor of architecture and urbanism at the University of Sao Paulo.

“While those increases may be partially credited to improvements in the housing units, they seem to be mainly explained by developers’ pressures to accommodate escalating costs, due in part to land speculation,” Eloy, Fernanda Costa and Rossella Rossetto wrote in a fall 2012 article for the journal Housing Finance International. “This imposes threats to the continuity of the subsidy policy and causes important impacts on the housing market, reducing affordability.”

From April 2009 to May 2012, just 40 percent of the homes contracted to be built were destined for families in the lowest income tier, according to Eloy.

Price Limits

Minha Casa, Minha Vida has price limits to ensure that homes remain affordable for beneficiaries of the program, Patricia Gripp, head of communications for the Ministry of Cities, which administers the program, wrote in an e-mailed response to questions.

“The program stimulates not just demand for real estate credit, but it also expands the production of new units on a large scale,” she wrote. “An increase in supply tends to control the price of units.”

The government has delivered 1 million homes under the program, generating 1.4 million jobs as of December 2012, according to Caixa Economica Federal, the largest mortgage lender in Latin America and the main conduit for Brazil’s federal housing subsidies.

Delays Plague

Minha Casa, Minha Vida also isn’t immune to the delays that typically plague infrastructure projects in Brazil. Marcelo Montenegro, the 65 year-old founder of Fortaleza-based homebuilder Montenegro Construtora, waited five months last year for state-owned Caixa and the city to sign off on final approvals for his low-income housing development in Jurema, a suburb of Fortaleza.

During the wait, he said, he was forced to hire private security guards at a cost of 200,000 reais to protect the buildings after squatters took over a neighboring building with plans to rent or sell the apartments.

“It was absurd, I suffered a lot,” said Montengero, who said he has since met with representatives from Caixa and the police to try and resolve bottlenecks and improve security.“The police and city did nothing to stop it,”.


A press official for Caixa in Brasilia, who asked not to be named in accordance with internal policy, wrote in an e-mailed response to questions that Caixa approved the project in a timely fashion. Caixa has worked with the municipality and the state secretary of public security so that they act with agility in the issuance of documents and help to solve the situation mentioned, according to the official.

Accelerate Construction

In an effort to accelerate construction under the program, Rousseff in 2011 tapped Brazil’s other federally-owned lender, Banco do Brasil SA, to begin lending in the lowest-income tier of the program.

Banco do Brasil offered financing for 114,000 new housing units in 2012, including 50,349 units for the lowest income tier, and 64,000 units for the second and third more expensive tiers. Its goal is to finance 450,000 units by the end of 2014, Gueitiro Matsuo Genso, the bank’s head of real estate credit, said in an interview in November.

Banco do Brasil, which entered the home loan market in 2009, increased overall mortgage lending 75 percent to 11.35 billion reais last year. Brasilia-based Caixa increased home lending 33.8 percent last year to 101 billion reais.

Falling Investment

Brazil’s unemployment rate fell to a record low 4.6 percent in December as companies anticipated lower borrowing costs, tax breaks and increased public spending to fuel growth. Still, the second-largest emerging economy grew just 1 percent last year, the central bank estimates, less than the U.S., China, and Japan.

Investment in Brazil’s economy dropped 3.9 percent in the first three quarters of 2012 from the year-earlier period, after a 4.7 percent increase in 2011, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics.

With local industry struggling to compete globally and a more aggressive stance on rooting out corruption spurring delays in infrastructure investment, the government is leaning on home construction as a means to boost growth, according to Jefferson Finch, an analyst at political risk consulting firm Eurasia Group.

“They see it as an important driver for investment and growth, and it pays a political dividend,” Finch said by phone from New York. “There’s a focus on addressing the housing deficit but also the focus on home ownership in the new middle class, which is going to be a really important sector for any government in the future to have the support of.”

Home Prices

Brazilian home prices are likely to keep pace with inflation rather than appreciate beyond it for the next three to six months as buyers look for stronger signs of an economic recovery, according to Eduardo Schaeffer, chief executive officer of Sao Paulo-based Zap Imoveis, which publishes the FipeZap home price index in partnership with the Foundation for Economic Research.

“The market is not exactly cooling off, but it’s being a little more conservative,” Schaeffer said by phone from Sao Paulo. “There’s no longer that fever to buy a home at any price and sell shortly after. It’s more in line with inflation, which is reasonable.”

Luxury Apartments

The average price per square meter in 16 Brazilian cities rose 0.9 percent in January to 6,350 reais, according to the FipeZap index.

In Sao Paulo’s Pinheiros neighborhood, homebuilder Even Construtora e Incorporadora SA will begin construction in April on a 47-unit luxury apartment building with an indoor and outdoor pool and a tennis court. The average price of the 332 square-meter units, which have four bedrooms, six bathrooms, including maid’s quarters, and a glassed in patio, is 4 million reais. About 30 percent of the units have been sold since efforts began in October, according to Izilda Albanez, a broker for Even.

Residential areas like Pinheiros, or the beachfront neighborhood of Leblon, in Rio de Janeiro, represent the extreme in home price appreciation, according to Octavio Lazari Junior, president of the mortgage lenders association known as Abecip and executive director at Banco Bradesco SA.

The rise in property prices in Brazil since 2009 was caused by a series of factors, including the stabilization of the economy, stronger foreclosure laws so banks could gain possession of homes in default, which made them more willing to make mortgage loans, improvement in the quality of homes being built, and investments for the World Cup and Olympics, Lazari Junior said.

Brazilian Homebuyer

The typical Brazilian homebuyer makes a down payment of about 60 percent on a new home purchase, which reduces the chance of default if the value falls, Lazari Junior said. At the same time, slow economic recoveries in the U.S. and Europe make the chance of a sharp increase in interest rates unlikely, he said.

“There is not the slightest risk of a real estate bubble in Brazil,” Lazari Junior said by phone from Sao Paulo. “What we will have going forward is real estate prices adjusted for inflation. They will not fall.”
The Brazilian government’s housing policy would be more effective if it donated some of the land it controls for low-income housing construction, rather than handing over more cash to homebuilders to keep up with price increases, according to Sachsida of IPEA. The government is unlikely to relinquish that power, he said.
“Brazilians’ biggest dream is to have their own home, so of course any policies that make this easier are welcome,” he said. “This is worsening access to home ownership, because the way it’s being done is increasing home prices.”

Copa do Mundo e casas populares



 
 
 [Photographer: Jonathan Ernst/Bloomberg]
Sponsored Links
Buy a link

 
The Brazilian government isn’t letting an economic slowdown, the World Cup or the Olympics get in the way of its efforts to help everyone from slum dwellers to young professionals buy homes.
 
President Dilma Rousseff is using federal subsidies and state-bank loans to boost housing after economic expansion slowed for a second year in 2012 and mortgage growth declined. Home price gains are also decelerating after rising 58 percent since 2010.
 
Brazilian President Dilma Rousseff is pumping more money into the housing market even as interest rates remain at the lowest in Brazil's history, and annual inflation is running above the central bank's target for 29 months.
 
“The market is trying to correct itself” and “the government is throwing more money at it to keep it expanding,”said Adolfo Sachsida, an economist in Brasilia at the Institute for Applied Economic Research, a federal government agency that evaluates public policy. “This market employs a lot of people and they want to keep it heated so employment doesn’t drop.”

Rousseff is pumping more money into the housing market even as interest rates remain at the lowest in Brazil’s history, and annual inflation is running above the central bank’s target for 29 months. As economic growth fell to the slowest pace among major emerging-market economies last year, she nearly doubled spending on Brazil’s plan to build 2 million low-income homes by 2014, a goal made more expensive as preparations for the World Cup being held that year, and the Olympics in 2016 contribute to higher construction costs.

Home Lending

The amount of home loans outstanding grew 38.2 percent in 2012, down from a pace of 44.5 percent in 2011 and 51.1 percent in 2010, which was the fastest since 1992, according to central bank data. Total credit outstanding increased by 16.2 percent last year.

The government’s measures are helping to sustain prices, setting the stage for a fall once interest rates climb from record lows, according to Sachsida, who co-authored an IPEAreport last August that said the government is fostering a real-estate bubble.

“When rates rise abroad, Brazil will be forced to raise rates here too. When they do that, it’s going to hit a population that is already very indebted, and that’s going to pop the bubble,” he said.

The views expressed in the report don’t reflect the opinion of the organization, according to a press official at IPEA in Brasilia, who asked not to be identified in accordance with their policy.

“The majority of analysts have concluded that there is no risk of a real estate bubble,” Dyogo Oliveira, deputy executive secretary at the Finance Ministry, told reporters in Brasilia Jan. 31. “At the moment there is no need for concern.”

The Finance Ministry didn’t respond to a request for further comment.

Middle Class

While 35 million Brazilians entered the middle class in the past decade, according to the Rio de Janeiro-based Getulio Vargas Foundation, the government estimates there is a housing deficit of 6.3 million homes.

Rousseff increased spending on her low-income housing initiative, dubbed Minha Casa, Minha Vida (My Home, My Life), by 93 percent to 11.2 billion reais ($5.7 billion) from January through November 2012, according to the Treasury.

The government has twice lifted price caps on homes that are eligible for program subsidies since 2009, to as much as 190,000 reais in Rio de Janeiro and Sao Paulo, as soaring land prices prompted homebuilders to lobby for higher payouts to cover construction costs.

World Cup

Preparations for the World Cup and Olympics also have increased demand, the IPEA report said.
 
“The program of public works trying to modernize and invigorate some cities for the World Cup in 2014 and the Olympics in Rio in 2016 has been contributing to the appreciation of real estate prices.”

Rising prices are undermining the original goal of the government’s program to reach Brazil’s poorest, because homebuilders are focusing on building more expensive homes that are still within the subsidy scheme, according to Claudia Magalhaes Eloy, a professor of architecture and urbanism at the University of Sao Paulo.

“While those increases may be partially credited to improvements in the housing units, they seem to be mainly explained by developers’ pressures to accommodate escalating costs, due in part to land speculation,” Eloy, Fernanda Costa and Rossella Rossetto wrote in a fall 2012 article for the journal Housing Finance International. “This imposes threats to the continuity of the subsidy policy and causes important impacts on the housing market, reducing affordability.”

From April 2009 to May 2012, just 40 percent of the homes contracted to be built were destined for families in the lowest income tier, according to Eloy.

Price Limits

Minha Casa, Minha Vida has price limits to ensure that homes remain affordable for beneficiaries of the program, Patricia Gripp, head of communications for the Ministry of Cities, which administers the program, wrote in an e-mailed response to questions.

“The program stimulates not just demand for real estate credit, but it also expands the production of new units on a large scale,” she wrote. “An increase in supply tends to control the price of units.”

The government has delivered 1 million homes under the program, generating 1.4 million jobs as of December 2012, according to Caixa Economica Federal, the largest mortgage lender in Latin America and the main conduit for Brazil’s federal housing subsidies.

Delays Plague

Minha Casa, Minha Vida also isn’t immune to the delays that typically plague infrastructure projects in Brazil. Marcelo Montenegro, the 65 year-old founder of Fortaleza-based homebuilder Montenegro Construtora, waited five months last year for state-owned Caixa and the city to sign off on final approvals for his low-income housing development in Jurema, a suburb of Fortaleza.

During the wait, he said, he was forced to hire private security guards at a cost of 200,000 reais to protect the buildings after squatters took over a neighboring building with plans to rent or sell the apartments.

“It was absurd, I suffered a lot,” said Montengero, who said he has since met with representatives from Caixa and the police to try and resolve bottlenecks and improve security.“The police and city did nothing to stop it,”.


A press official for Caixa in Brasilia, who asked not to be named in accordance with internal policy, wrote in an e-mailed response to questions that Caixa approved the project in a timely fashion. Caixa has worked with the municipality and the state secretary of public security so that they act with agility in the issuance of documents and help to solve the situation mentioned, according to the official.

Accelerate Construction

In an effort to accelerate construction under the program, Rousseff in 2011 tapped Brazil’s other federally-owned lender, Banco do Brasil SA, to begin lending in the lowest-income tier of the program.

Banco do Brasil offered financing for 114,000 new housing units in 2012, including 50,349 units for the lowest income tier, and 64,000 units for the second and third more expensive tiers. Its goal is to finance 450,000 units by the end of 2014, Gueitiro Matsuo Genso, the bank’s head of real estate credit, said in an interview in November.

Banco do Brasil, which entered the home loan market in 2009, increased overall mortgage lending 75 percent to 11.35 billion reais last year. Brasilia-based Caixa increased home lending 33.8 percent last year to 101 billion reais.

Falling Investment

Brazil’s unemployment rate fell to a record low 4.6 percent in December as companies anticipated lower borrowing costs, tax breaks and increased public spending to fuel growth. Still, the second-largest emerging economy grew just 1 percent last year, the central bank estimates, less than the U.S., China, and Japan.

Investment in Brazil’s economy dropped 3.9 percent in the first three quarters of 2012 from the year-earlier period, after a 4.7 percent increase in 2011, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics.

With local industry struggling to compete globally and a more aggressive stance on rooting out corruption spurring delays in infrastructure investment, the government is leaning on home construction as a means to boost growth, according to Jefferson Finch, an analyst at political risk consulting firm Eurasia Group.

“They see it as an important driver for investment and growth, and it pays a political dividend,” Finch said by phone from New York. “There’s a focus on addressing the housing deficit but also the focus on home ownership in the new middle class, which is going to be a really important sector for any government in the future to have the support of.”

Home Prices

Brazilian home prices are likely to keep pace with inflation rather than appreciate beyond it for the next three to six months as buyers look for stronger signs of an economic recovery, according to Eduardo Schaeffer, chief executive officer of Sao Paulo-based Zap Imoveis, which publishes the FipeZap home price index in partnership with the Foundation for Economic Research.

“The market is not exactly cooling off, but it’s being a little more conservative,” Schaeffer said by phone from Sao Paulo. “There’s no longer that fever to buy a home at any price and sell shortly after. It’s more in line with inflation, which is reasonable.”

Luxury Apartments

The average price per square meter in 16 Brazilian cities rose 0.9 percent in January to 6,350 reais, according to the FipeZap index.

In Sao Paulo’s Pinheiros neighborhood, homebuilder Even Construtora e Incorporadora SA will begin construction in April on a 47-unit luxury apartment building with an indoor and outdoor pool and a tennis court. The average price of the 332 square-meter units, which have four bedrooms, six bathrooms, including maid’s quarters, and a glassed in patio, is 4 million reais. About 30 percent of the units have been sold since efforts began in October, according to Izilda Albanez, a broker for Even.

Residential areas like Pinheiros, or the beachfront neighborhood of Leblon, in Rio de Janeiro, represent the extreme in home price appreciation, according to Octavio Lazari Junior, president of the mortgage lenders association known as Abecip and executive director at Banco Bradesco SA.

The rise in property prices in Brazil since 2009 was caused by a series of factors, including the stabilization of the economy, stronger foreclosure laws so banks could gain possession of homes in default, which made them more willing to make mortgage loans, improvement in the quality of homes being built, and investments for the World Cup and Olympics, Lazari Junior said.

Brazilian Homebuyer

The typical Brazilian homebuyer makes a down payment of about 60 percent on a new home purchase, which reduces the chance of default if the value falls, Lazari Junior said. At the same time, slow economic recoveries in the U.S. and Europe make the chance of a sharp increase in interest rates unlikely, he said.

“There is not the slightest risk of a real estate bubble in Brazil,” Lazari Junior said by phone from Sao Paulo. “What we will have going forward is real estate prices adjusted for inflation. They will not fall.”
 
The Brazilian government’s housing policy would be more effective if it donated some of the land it controls for low-income housing construction, rather than handing over more cash to homebuilders to keep up with price increases, according to Sachsida of IPEA. The government is unlikely to relinquish that power, he said.
 
“Brazilians’ biggest dream is to have their own home, so of course any policies that make this easier are welcome,” he said. “This is worsening access to home ownership, because the way it’s being done is increasing home prices.”

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Como a intervenção estatal cria conflitos.


 Virou moda afirmar que "conservadores" como John C. Calhoun (1782-1850) "previram" a doutrina marxista de exploração de classes.  Mas a doutrina marxista sustenta, erroneamente, que no livre mercado há "classes" cujos interesses colidem e conflitam.  A percepção de Calhoun era quase o oposto disso.  Ele viu que era a intervenção estatal que criava, por si mesma, as "classes" e o conflito[1].  Calhoun se deu conta disso, em especial, no caso da intervenção binária dos impostos, pois viu que o montante arrecadado em impostos é empregado em gastos e que alguns indivíduos na comunidade deveriam ser contribuintes finais dos fundos fiscais, enquanto outros, recebedores finais.  Calhoun definiu os recebedores como "classe dominante" de exploradores e os contribuintes como explorados ou classe "dominada"; e a distinção é bastante convincente.  Eis como Calhoun brilhantemente demonstrou sua análise:

Mesmo sendo poucos se comparados com a comunidade, os agentes e funcionários do governo constituem uma parcela composta, exclusivamente, de beneficiários da receita dos impostos.  Qualquer montante arrecadado da comunidade na forma de impostos, se não for perdido, volta para eles como despesas ou bens publicamente financiados.  Ambos — financiamentos e tributação — constituem a ação fiscal do governo.  São mutuamente dependentes.  O que é arrecadado da comunidade sob a forma de imposto é transferido para aquela parte que é beneficiada com tais financiamentos.  Mas como os beneficiários constituem apenas uma parte da comunidade, entende-se que, tomando as duas partes do processo fiscal, a ação deva ser desigual entre os que pagam impostos e os que recebem a receita deles proveniente.  Nem poderia ser diferente, a menos que o montante arrecadado de cada indivíduo sob a forma de impostos retornasse para o próprio na forma de financiamentos, o que tornaria o processo inútil e absurdo. [...]
Sendo esse o caso, entende-se necessariamente que uma parte da comunidade deva pagar uma quantia em impostos maior do que o valor recebido de volta em bens publicamente financiados, enquanto outra parte recebe em financiamentos mais do que pagou em impostos.  É evidente, então, levando em conta todo o processo, que os impostos sejam, na realidade, benesses para a parcela da comunidade que recebe mais bens publicamente financiados do que paga em impostos, ao passo que aos que pagam mais impostos do que recebem em financiamentos públicos, tais despesas são verdadeiros impostos — ônus e não liberalidades.  Esta consequência é inevitável, e resulta da natureza do processo, ainda que os impostos sejam distribuídos da maneira mais equilibrada possível. [...]
Então, o resultado inevitável da desigual ação fiscal do governo é dividir a comunidade em duas grandes classes: a daqueles que, na realidade, pagam impostos e, é claro, suportam de maneira exclusiva o encargo de sustentar o governo; e a outra daqueles que recebem o montante arrecado por meio de bens publicamente financiados e são, na verdade, sustentados pelo governo; ou, em poucas palavras, classes de dos pagadores de impostos e dos consumidores de impostos.
Entretanto, o resultado disso é colocá-las em relações antagônicas face à ação fiscal do governo e a todo o curso da política imediatamente decorrente.  Pois, quanto maiores forem os impostos e financiamentos públicos, maior será o ganho de um e a perda de outro, e vice-versa[2].


[1]  O termo "castas" seria mais bem empregado aqui do que "classes".  Classes são grupos de pessoas com certas características em comum.  Não há razão para entrarem em conflito entre si.  A classe de homens que se chamam Jones não precisa entrar, necessariamente, em conflito com a classe de homens que se chamam Smith.  Por outro lado, castas são grupos criados pelo estado, cada qual com seu próprio conjunto de privilégios e tarefas estabelecido por meio de violência.  Castas entram necessariamente em conflito porque algumas são instituídas para dominar as outras.

[2] CALHOUN, John C. A Disquisition on Government. New York: Liberal Arts Press, 1953. pp. 16-18.  No entanto, Calhoun não entendeu a harmonia de interesses no livre mercado.

Titulo do original inglês: Power and Market: Government and the Economy 
Autor: Murray N. Rothbard






quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Mito da Propriedade "Pública"

           Todos ouvimos muitas coisas a respeito da propriedade "pública".  Onde quer que, de fato, o governo tenha propriedade ou mantenha um empreendimento, dizem se tratar de uma "propriedade pública".  Quando recursos naturais são vendidos ou dados a empresas privadas, aprendemos que o "domínio público" foi "entregue" aos estreitos interesses privados.  A inferência é que quando o governo é dono de qualquer coisa, "nós" — todos os membros do público — possuímos uma parcela igual daquela propriedade.  Diferem desse longo alcance os interesses inferiores e limitados da mera propriedade "privada".
 
            Como vimos, uma vez que o sistema econômico socialista não pode fazer o cálculo econômico, um socialista obstinado deve estar preparado para testemunhar o desaparecimento de grande parte da população do planeta, restando aos sobreviventes apenas um meio de vida primitivo.  Ainda, aquele que identifica propriedade do governo com propriedade pública deve ficar feliz em ampliar a área da propriedade governamental, não obstante a perda de eficiência ou a vantagem social que aquela ocasiona.
 
            Todavia, a própria identidade é totalmente falaciosa.   Propriedade é o controle e direção supremos de um recurso.  O proprietário é o gestor supremo, independente das ficções legais ao contrário.  Na sociedade de totalmente livre, os recursos demasiado abundantes que servissem como condições gerais de bem-estar humano permaneceriam sem dono.  Recursos escassos, por outro lado, seriam apropriados de acordo com os seguintes princípios: propriedade da pessoa sobre si mesma; propriedade daquilo que foi criado ou transformado pela pessoa; propriedade de terra devoluta pelo primeiro usuário ou transformador.  Propriedade do governo significa simplesmente que os funcionários públicos que estão no poder são os que a possuem.  Os funcionários superiores são os que dirigem o uso da propriedade e, por isso, são os "donos".  O "público" não tem nenhuma parcela da propriedade.  Qualquer cidadão que duvide disso pode tentar apropriar-se, para uso individual, de sua alíquota de propriedade pública e então tentar levar o caso aos tribunais.  Pode ser feita a objeção de que os acionistas das empresas também não podem fazer isso, por exemplo, pelas regras da empresa, o acionista da General Motors não pode apoderar-se de um carro em vez de dividendos em dinheiro ou em troca das ações.  No entanto, os acionistas realmente são donos da empresa, e esse exato exemplo prova a nossa argumentação.  O acionista pode desvencilhar-se da empresa; ele pode vender as ações da General Motors para outra pessoa.  O cidadão de um governo não podedesvencilhar-se do governo; ele não pode vender suas "ações" dos correios porque não possui tais ações.  Como sucintamente afirmou Floyd A. Harper (1905-1973): "O corolário do direito de propriedade é o direito de transferência.  Assim, se não posso vender uma coisa, é evidente que, na verdade, não a possuo"[17].
 
            Qualquer que seja a forma do governo, os dirigentes são os verdadeiros donos da propriedade.  Entretanto, em uma democracia, ou no longo prazo, em qualquer forma de governo, os dirigentes são transitórios.  Sempre podem perder uma eleição ou ser derrubados por um golpe de estado.  Por isso, nenhum funcionário do governo se vê como algo mais que um possuidor transitório.  Como resultado, enquanto o proprietário privado, seguro em sua propriedade e possuidor do valor do capital, planeja o uso de seu recurso por um longo período de tempo, o funcionário do governo deve explorar a propriedade o mais rápido que puder, já que sua propriedade não está assegurada.  Além disso, até mesmo o servidor público mais inveterado deve fazer a mesma coisa, pois nenhum funcionário do governo pode vender o valor capitalizado da "propriedade" que detêm, como o fazem os proprietários privados.  Em suma, os funcionários do governo detêm o uso dos recursos, mas não o valor de capital dos mesmos (exceto no caso da "propriedade privada" de um monarca hereditário).  Quando a pessoa só pode dispor do uso corrente, mas não o recurso em si, o resultado será a rápida exaustão e desperdício dos recursos, já que não beneficiará a ninguém conservá-los por um período de tempo e a vantagem para quem os possui é utilizá-los o mais rápido possível.  Desse modo, os funcionários do governo consumirão o que lhes couber, o mais rápido possível.
 
            É curioso que quase todos os autores papagueiam a noção de que proprietários privados que possuem preferência temporal devem seguir uma "visão de curto prazo", ao passo que somente os funcionários do governo podem seguir uma "visão de longo prazo" e alocar a propriedade para aumentar o "bem-estar geral".  A verdade é o exato oposto.  O indivíduo privado, seguro de sua propriedade e do recurso de seu capital, pode optar pelo longo prazo, pois quer manter o valor de capital de seu recurso.  É o funcionário público que perde por esperar, que deve saquear a propriedade enquanto ainda está no comando[18].


[17] HARPER, F. A. Liberty, a Path to Its Recovery. Irvington-on-Hudson: Foundation for Economic Education, 1949. pp. 106, 132. Ver também: PATERSON. God of the Machine. pp. 179ss. Isabel Paterson travou uma discussão estimulante a respeito das "duas dimensionalidades" – a negligência das verdadeiras condições – na teoria da propriedade coletiva.



[18] Aqueles que objetam ao dizer que os indivíduos privados são mortais, mas os "governos são imortais", caem na falácia do "realismo conceitual" no grau máximo. O "governo" não é uma verdadeira entidade agente, mas é uma categoria de ação real adotada por indivíduos verdadeiros. É um nome para um tipo de ação, a regularização de um tipo de relação interpessoal e não é, ele mesmo, um ser que age.