terça-feira, 16 de outubro de 2012

A Terra.A Mente Humana.

A Terra que se foda




Por Andrew Klavan
Dia 22 de abril é o Dia da Terra, e para homenagear esta ocasião, eu gostaria de dizer que por mim, a Terra que vá para o inferno.
A Terra – para aqueles que ainda não perceberam – é uma rocha condenada a uma lenta espiral eterna em um caldeirão de plasma explodido que, por falta de um nome melhor, nós chamamos de sistema solar. Existe apenas uma única coisa interessante ou digna à respeito deste pedaço de entulho espacial condenado: ele proporciona as condições necessárias para manter a vida. (Diga-se de passagem, a chance de isso ocorrer seria ridiculamente impossível se Deus não existisse – tão impossível que cientistas foram obrigados a inventar todo tipo de cenários bestas de multi-universos com o único propósito de se convencerem que Deus não existe. Mas isto é problema deles e irrelevante para mim.)
Então a Terra mantem a vida. Yuuupi! E existe apenas uma coisa interessante e digna à respeito da vida – só uma – e esta coisa é a mente humana.
“Cacete, o Klavan está falando de Cultura”, você deve ter pensando, ou mesmo dito – porque, vamos ser sinceros, você é um tipo bem esquisito de gente – quero dizer, basta olhar pra você. De qualquer maneira, “Duplo Cacete”, você deve estar dizendo, “como é que você pode dizer que a mente do homem é a única coisa interessante e digna à respeito da vida? E quanto a beleza de uma gazela correndo? E a nobreza do voo de uma águia? E o impressionantemente impressionante céu sobre as ondas âmbar chocando-se nas montanhas roxas sobre planícies com pomares? E quanto aqueles sonhos glaceados recheados com creme? Eu amo esses sonhos de padaria!”
Primeiro de tudo, pare de falar tanta coisa, este blog é meu. E dois, não existe nenhuma beleza, ou nobreza, ou algo impressionantemente impressionante – nem mesmo o sabor de um sonho de creme – fora da mente humana. A ciência ainda não se decidiu, mas a própria realidade pode ser em parte um produto da mente humana pois há alguns aspectos do mundo que não parecem se resolver até que os observemos. Mas de qualquer maneira, a gazela estaria em disparada por nada, a águia seria uma máquina alada de comer, os céus e as ondas e as montanhas seriam sonhos sem sonhadores se o homem não estivesse aqui para contempla-los.
No momento que você percebe isso, tudo muda. Você não se preocupa mais com o esgotamento de recursos energéticos da Terra, porque você percebe que não existem recursos energéticos – nunca existiram – existe somente formas variadas de matéria que nossas mentes, a mente do homem, transforma em recursos energéticos para nosso prazer e comodidade. Eles nunca irão se esgotar enquanto estivermos aqui, porque nossa mente não tem limites e irá inventar mais.
Você não se preocupa mais com poluição, porque você sabe que assim que pessoas livres se incomodem com isso, outras pessoas livres resolverão o problema com motores de combustão menos poluentes e filtros. Onde está o fog londrino? Onde está a neblina de Los Angeles? Onde está a neve dos últimos anos? Ok, eu só tinha curiosidade sobre este último.
Você não se preocupa mais com a Terra, porque a Terra está aqui para nós, e não o contrário. A Terra não é nada além do local que vivemos – por enquanto. Devemos mantê-la razoavelmente limpa e agradável. Mas uma obsessão doentia por uma limpeza impecável te transforma em um repressor pentelho – ou um ambientalista – e torna a vida das pessoas menos confortável, não mais.
Sempre pratiquei atividades na natureza. Eu passeio. Eu pesco. Eu corro pelas florestas reproduzindo cenas do filme O Amante de Lady Chatterley. Ou eu fazia isso, antes de ser impedido por uma ordem judicial. Eu acredito que uma precaução razoável pelo bem do ambiente deveria balancear a busca do lucro daquelas pessoas incríveis que nos proporcionam toda a maravilhosa energia que precisamos. Eu acredito que podemos chegar nesta precaução razoável enterrando todos os ambientalistas que conseguirmos encontrar até o pescoço e jogando mel na cabeça deles para atrair formigas. Vocês gostam de formigas, não gostam? Então aí está um ótimo jeito de celebrar o Dia da Terra!
A Terra não está aquecendo de forma catastrófica. Extração de petróleo não causa terremotos. Devemos encontrar e usar cada gota de petróleo que conseguirmos – há o suficiente para mais alguns séculos, época em que estaremos vivendo na Alfa Centauro, abastecendo nossos carros voadores com papel higiênico ou páginas velhas da biografia de Barack Obama ... desculpem a redundância.
Então que se foda o Dia da Terra. Eu gostaria de declarar hoje – e todos os outros dias – o Dia da Mente do Homem. Celebre isto – promova isto – glorifiquem isto – porque a Terra, podem acreditar em mim, vai se virar sozinha.


Andrew Klavan é um premiado autor e roteirista de Hollywood.
Tradução de Fernando Chiocca
O original em inglês se encontra aqui.

basicamente: a economia livre implica alguma "perda" de soberania, mas uma soberania EXCENDENTE e mal-colocada CONTRA o povo que deveria legitimar o Estado, para começo de conversa. Ou seja, é salutar o "enxugamento" desse Estado.

 

CAMBRIDGE – No recente debate sobre o tratado orçamental europeu, que teve lugar no Parlamento francês, o governo socialista de França negou veementemente que a ratificação do tratado iria minar a soberania francesa. O tratado não coloca “nenhuma coacção a nível da despesa pública”, afirmou Jean-Marc Ayrault, o primeiro-ministro. “A soberania orçamental permanece no parlamento da República Francesa”.
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Illustration by Chris Van Es

Enquanto Ayrault tentava tranquilizar os seus colegas cépticos, incluindo muitos membros do seu próprio partido, o comissário europeu responsável pela concorrência, Joaquin Almunia, distribuía uma mensagem semelhante aos seus colegas sociais-democratas, em Bruxelas. Para ter sucesso, argumentou, a Europa tem de provar aos que acreditam na existência de um conflito entre a globalização e a soberania, que estão errados.
 
 
Ninguém gosta de abrir mão da soberania nacional, muito menos, ao que parece, os políticos de esquerda. No entanto, ao negar o facto evidente de que a viabilidade da zona euro depende de restrições substanciais da soberania, os líderes europeus estão a enganar os seus eleitores, atrasando a europeização da política democrática e elevando os custos políticos e económicos do irrevogável resultado.
 
 
A zona euro ambiciona a integração económica total, o que implica a eliminação dos custos de transacções que impedem as atividades comerciais e financeiras transfronteiriças. É óbvio que isso requer que os governos rejeitem restrições directas no comércio e nos fluxos de capital. Mas também requer que harmonizem as suas regras e regulamentos internos – tais como as normas de segurança dos produtos e regulamentações bancárias – com os de outros Estados- membros, a fim de garantirem que não funcionarão como barreiras comerciais indirectas. E os governos devem repudiar mudanças nestas políticas, para evitarem que a incerteza funcione, ela própria, como um custo de transacção.
Tudo isto estava implícito na iniciativa do mercado único da União Europeia. A zona euro foi mais longe, tendo como objectivo, através da unificação monetária, erradicar totalmente os custos de transacções associados às moedas nacionais e ao risco das taxas de câmbio.
 
 
Simplificando, o projecto de integração europeia articulou restrições à soberania nacional. Se o seu futuro está agora em dúvida, é porque a soberania constitui um obstáculo, mais uma vez. Numa verdadeira união económica, sustentada por instituições políticas de toda a união, os problemas financeiros da Grécia, de Espanha e de outros, não teriam atingido as proporções actuais, ameaçando a existência da própria união.
 
 
Veja o exemplo dos Estados Unidos. Ninguém se lembra de registar, digamos, o défice da balança das transacções correntes entre a Florida e o resto do país, embora possamos seguramente imaginar que é enorme (desde que o estado se tornou no lar de muitos reformados que vivem de rendimentos provenientes de outros lugares).
 
 
Quando o governo do estado da Florida vai à falência, os bancos da Florida continuam a funcionar normalmente, uma vez que estão sob jurisdição federal e não sob jurisdição estatal. Quando os bancos da Florida se afundam, as finanças do estado não ficam afectadas, uma vez que os bancos são, no fim de contas, da responsabilidade das instituições federais.
 
 
Quando os trabalhadores da Florida ficam desempregados, as prestações de desemprego chegam de Washington, DC. E quando os eleitores da Florida estão desencantados com a economia, não provocam distúrbios fora da capital do estado; pressionam os seus representantes no Congresso para avançarem com mudanças nas políticas federais. Ninguém diria que os EUA têm uma soberania em abundância.
 
 
A relação entre a soberania e a democracia também é mal interpretada. Nem todas as restrições ao exercício do poder soberano são anti-democráticas. Os cientistas políticos falam sobre “delegação democrática” - a ideia de que uma força soberana possa querer “atar as suas mãos” (através de compromissos internacionais ou delegação para agências autónomas), a fim de alcançar melhores resultados. A delegação da política monetária a um banco central independente é o exemplo típico: ao serviço da estabilidade dos preços, a gestão diária da política monetária está isolada da política.
Mesmo que as limitações selectivas sobre a soberania possam aumentar o desempenho democrático, não há garantia de que todas as limitações implícitas na integração do mercado fá-lo-ão. Na política interna, a delegação é cuidadosamente calibrada e restrita a algumas áreas onde os problemas tendem a ser extremamente técnicos e as diferenças partidárias não são grandes.
 
 
A verdadeira globalização que engrandece a democracia iria respeitar estes limites. Iria somente impor restrições, que são consistentes com a delegação democrática, possivelmente com um número limitado de normas processuais (tais como transparência, prestação de contas, representatividade, utilização de evidências científicas, etc.) que melhoram a deliberação democrática no próprio país.
Tal como ilustra o exemplo norte-americano, é possível abrir mão da soberania - como Florida, Texas, Califórnia e outros estados dos EUA fizeram - sem abdicar da democracia. Mas combinar a integração do mercado com a democracia exige a criação de instituições políticas supranacionais que sejam representativas e responsáveis.
 
 
O conflito entre a democracia e a globalização torna-se intenso quando a globalização restringe a articulação interna das preferências políticas sem uma expansão compensatória do espaço democrático, a nível regional / global. A Europa já está no lado errado da fronteira, como indica a instabilidade política em Espanha e na Grécia.
 
 
É nesse ponto que o meu “trilema” político se manifesta: Nós não podemos ter globalização, democracia e soberania nacional em simultâneo. Das três devemos escolher duas.
Se os líderes europeus querem manter a democracia, devem optar entre a união política ou a desintegração económica. Também devem escolher entre renunciar explicitamente à soberania económica ou utilizá-la de forma activa para o benefício dos seus cidadãos. A primeira implicaria dizerem a verdade aos seus próprios eleitores e construírem um espaço democrático acima do nível do Estado-nação. A segunda significaria desistirem de união monetária, de modo a conseguirem implementar políticas nacionais, monetárias e fiscais, ao serviço de uma recuperação a longo prazo.
No fim de contas, quanto mais tempo esta escolha for adiada, maior será o custo económico e político a ser pago."

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

The Ultimate Foundation of Economic Science [ de Mises]



[Nona Seção do Capítulo Quarto]


The Examination of Praxeological Theorems



The epistemologist who starts his lucubrations from the

analysis of the methods of the natural sciences and whom blinkers

prevent from perceiving anything beyond this field tells us

merely that the natural sciences are the natural sciences and

that what is not natural science is not natural science. About the

sciences of human action he does not know anything, and therefore

all that he utters about them is of no consequence.

It is not a discovery made by these authors that the theories of

praxeology cannot be refuted by experiments nor confirmed by
their successful employment in the construction of various gadgets.

These facts are precisely one aspect of our problem.

The positivist doctrine implies that nature and reality, in

providing the sense data that the protocol sentences register,

write their own story upon the white sheet of the human mind.

The kind of experience to which they refer in speaking of

verifiability and refutability is, as they think, something that

does not depend in any way on the logical structure of the human

mind. It provides a faithful image of reality. On the other hand,

they suppose, reason is arbitrary and therefore liable to error

and misinterpretation.


 



This doctrine not only fails to make allowance for the fallibility

of our apprehension of sense objects; it does not realize that

perception is more than just sensuous apprehension, that it is an

intellectual act performed by the mind. In this regard both

associationism and Gestalt psychology agree. There is no reason

to ascribe to the operation the mind performs in the act of becoming

aware of an external object a higher epistemological dignity

than to the operation the mind performs in describing its own

ways of procedure.


 



In fact, nothing is more certain for the human mind than

what the category of human action brings into relief. There is

no human being to whom the intent is foreign to substitute by

appropriate conduct one state of affairs for another state of affairs

that would prevail if he did not interfere. Only where there is

action are there men.


 



What we know about our own actions and about those of other

people is conditioned by our familiarity with the category of

action that we owe to a process of self-examination and introspection

as well as of understanding of other peoples' conduct.

To question this insight is no less impossible than to question

the fact that we are alive.



 

He who wants to attack a praxeological theorem has to trace it

back, step by step, until he reaches a point in which, in the chain

of reasoning that resulted in the theorem concerned, a logical

error can be unmasked. But if this regressive process of deduction

ends at the category of action without having discovered a vicious
 

link in the chain of reasoning, the theorem is fully confirmed.

Those positivists who reject such a theorem without having

subjected it to this examination are no less foolish than those

seventeenth-century astronomers were who refused to look

through the telescope that would have shown them that Galileo

was right and they were wrong.